Produção industrial sobe 0,3% em março e fecha 1º tri em queda

Na comparação com 2021, a produção industrial acumula queda de 4,5% no primeiro trimestre de 2022, segundo o IBGE.
Produção industrial sobe 0,3% em março e fecha 1º tri em queda - Crédito: Freepik
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A produção industrial teve variação positiva de 0,3% na passagem de fevereiro para março, após alta de 0,7% no mês anterior. Na comparação com 2021, o setor acumula queda de 4,5% no primeiro trimestre de 2022. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta terça-feira, 3, pelo IBGE. O acumulado nos últimos 12 meses chegou a 1,8%. Em março, a produção industrial ficou 2,1% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

André Macedo, gerente da pesquisa, explica que a manutenção do comportamento positivo em fevereiro e março não conseguiu eliminar a perda de 2% que ocorreu no mês de janeiro. Além do mais, os fatores que dificultam uma retomada da indústria ainda permanecem. “Questões complicadoras na oferta, que é algo mais global, afetado pelo mercado internacional, e na demanda doméstica”, exemplifica.

De acordo com Macedo, as plantas industriais ainda percebem o aumento do custo de produção e refletem a escassez de algumas matéria-prima. “Além disso, a inflação vem diminuindo a renda disponível e os juros sobem e encarecem o crédito. Também o mercado do trabalho, que apresenta alguma melhora, ainda mostra índices como uma massa de rendimentos que não avança”, lembra o Macedo.

A atividade com mais influência positiva no mês de março foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias, com crescimento de 6,9%. Funcionando como termômetro da indústria geral, o setor marca o segundo mês de expansão, mas ainda assim, não recupera o mês de janeiro.

Outras atividades que contribuíram para a variação positiva de março foram: outros produtos químicos (7,8%), bebidas (6,4%) e máquinas e equipamentos (4,9%), além de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (7,9%), de couro, artigos para viagem e calçados (8,9%) e de indústrias extrativas (0,9%).

Já entre as 12 atividades em queda, a principal influência veio de produtos alimentícios (-1,7%), que interrompe quatro meses consecutivos de alta, quando acumulou expansão de 14,9%. “Além de ter partido de um índice mais alto, alguns itens específicos, de produção mais volátil, como o açúcar, acabaram contribuindo para a queda no setor”, afirma Macedo.

Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,4%) também exerceram importantes impactos no mês. Os recuos nas atividades de ramos de produtos de metal (-3,6%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,9%) foram outras com quedas a serem consideradas.

Três das quatro grandes categorias econômicas tiveram alta, sendo bens de capital (8%) e bens de consumo duráveis (2,5%) as com maiores taxas positivas. O setor produtor de bens intermediários (0,6%) teve crescimento menor que em fevereiro (1,8%). Já bens de consumo semi e não-duráveis (-3,3%) foi a única com taxa negativa, interrompendo três meses consecutivos de avanço na produção, período em que acumulou alta de 4,3%.

Em comparação com março de 2021, produção caiu 2,1%

No confronto contra o mesmo mês do ano anterior, a produção industrial teve queda de 2,1% em março de 2022. Os resultados negativos atingiram três das quatro grandes categorias econômicas, além de 17 dos 26 ramos, 55 dos 79 grupos e 60,1% dos 805 produtos pesquisados. Cabe citar que março de 2022 teve 22 dias úteis, um a menos do março de 2021.

Entre as atividades, destaque para as quedas em produtos de borracha e de material plástico (-14,5%), produtos de metal (-15,9%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-20,8%). Já no grupo dos nove setores que cresceram, outros produtos químicos (8,0%) e bebidas (12,0%) exerceram as maiores influências.

Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (-12,8%) teve a maior queda. Bens intermediários (-2,2%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-1,2%) também mostraram resultados negativos. Somente bens de capital, com alta de 4,4% registrou crescimento.

(com Agência IBGE)

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Redação DMI

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