Primeiro satélite lançado por foguete reutilizável entra em órbita nesta semana
Acontece nesta semana, na quinta-feira, 30, o lançamento do satélite SES-10. O equipamento será o primeiro colocado em órbita por um foguete reutilizável, o Falcon 9 v.1.1, desenvolvido pela SpaceX, fabricante do empresário Elon Musk, também dono da montadora de carros elétricos Tesla.
A expectativa para o lançamento é grande. A empresa vai testar o conceito de foguete reutilizável, uma vez que o Falcon 9 já foi ao espaço antes. Em 2016, lançou um veículo de carga comercial que se acoplou à Estação Espacial Internacional.
Ele regressou à Terra, foi recondicionado para colocar o novo satélite da SES em órbita. Depois que a nave liberar o satélite no espaço, deverá retornar e tentar um novo pouso em terra ou em uma plataforma construída no mar. “Ainda não se sabe como o foguete vai se comportar na reentrada, com menos combustível, se terá condições de manobrar para um pouso tranquilo. É um momento histórico porque se funcionar bem, pode reduzir muito os custos de lançamentos de satélites futuros”, explica Jurandir Pitsch, vice-presidente de vendas da SES para a América Latina Sul.
SES-10
Além de apoiar a inovação da SpaceX, a SES também ambiciona novos mercados com a entrada em operação do novo artefato. O SES-10 ficará em posição orbital sobre os países Andinos, e terá cobertura sobre toda a América Latina, inclusive Brasil. Ele vai operar em Banda Ku, com foco em distribuição de vídeo (DTH). “Por ser um satélite relativamente pequeno, os testes de funcionamento devem durar cerca de dois meses, e já entrar em operação”, acredita.
O SES-10 terá três grandes feixes de descida (um para América Central, outro para América do Sul, e um só para o Brasil), com capacidade intercambiável. Ou seja, a empresa poderá destinar mais ou menos capacidade aos mercados que desejar na região. Ao todo, são 55 transponders, dos quais 24 serão dedicados ao Brasil.
Este satélite vai substituir o AMC-4, equipamento atualmente usado na cobertura em DTH em parte das Américas do Sul e Central, e que tem menos da metade da capacidade. Por isso, já chega com contratos firmados. A maior cliente é a Mediaworks, subsidiária satelital do grupo Telefónica.
A SES não revela o investimento realizado. Pitsch estima que, apesar da demanda baixa do DTH para TV por assinatura no Brasil, há demanda crescente nos países vizinhos. “Muitos países usam o DTH para transmissão de canais governamentais, para enviar conteúdos a escolas, por exemplo. Há políticas assim no Chile, na Colômbia, na Bolívia. Além da transmissão de canais por assinaturas étnicos”, diz.
A SES cobre o Brasil com diversos satélites. Os mais importantes são o SES-6, que opera em banda C e é responsável também pelo DTH da Oi, e o SES-4, também de banda Ku. Em dezembro, a companhia vai lançar o SES-14, artefato com banda Ku e Ka, feito para ocupar posição orbital brasileira (47,5 graus oeste). Todos os novos satélites da empresa têm vida útil de pelo menos 15 anos.