Prejuízo de dona da Nextel dispara no segundo trimestre
A NII Holdings, controladora da Nextel Brasil, anunciou hoje, 09, um prejuízo operacional de US$ 69 milhões no segundo trimestre, duas vezes superior ao prejuízo registrado no mesmo período do ano passado. Já o prejuízo líquido disparou: somou US$ 84,8 milhões, 8,5 vezes maior do que o visto um ano antes.
Conforme a empresa, a perda de 29 mil assinantes dos serviços 3G, e de 104 mil clientes dos planos de rádio iDEN, além de ajustes contábeis de US$ 66 milhões justificam o resultado negativo. A receita operacional ficou em US$ 225,1 milhões, queda de 9,6% frente ao segundo trimestre de 2016.
A Nextel conseguiu manter a receita média por usuário em US$ 19, estável na comparação com o ano anterior. Também reduziu o churn para 3,95%, 4 p.p. mais baixo que um ano antes.
Diante dos resultados, a NII Holdings reviu as estimativas de fluxo de caixa livre para o ano. A previsão agora é que a rubrica fique entre US$ 150 e US$ 200 milhões. Até o trimestre passado, previa-se entre US$ 200 e US$ 250 milhões.
Nextel Brasil
O resultado da NII Holdings traz embutido ganhos e perdas financeiras da holding, inclusive com a conversão cambial de Real para o Dólar. Analisando-se apenas os resultados da Nextel Brasil, a receita operacional de serviços ficou em R$ 656,6 milhões, 15,3% menor que um ano antes.
Já a receita com venda de aparelho caiu de R$ 21,4 milhões para R$ 16,3 milhões em doze meses. Em compensação, a operadora reduziu o custo de aquisição de clientes de R$ 349 para R$ 331.
Semestre – Nas comparações semestrais, o tombo é grande. A receita operacional da Nextel Brasil fica em US$ 475,67 milhões, 14% inferior. Enquanto o Ebitda, que é o lucro operacional antes de amortizações, juros e impostos, caiu 45%, para US$ 27,8 milhões.
A empresa encerrou o trimestre com 686,3 mil clientes iDEN e 2,87 milhões de usuários 3G. Um ano antes, tinha 1,3 milhão e 2,7 milhão de assinantes em cada serviço, respectivamente.
Situação financeira
Durante o trimestre, a empresa anunciou a entrada de um novo sócio, a dinamarquesa AINMT. A empresa pagou US$ 50 milhões por 30% do capital. Pagará outros US$ 150 milhões por novos 30%, desde que a NII Holdings atenda a requisitos.
A demanda é que a NII consiga reestruturar a dívida com bancos e credores brasileiros. Segundo a companhia, os credores aceitaram postergar pagamentos até outubro. Teria obtido acordos não vinculantes com alguns bancos para postergar o pagamento do principal da dívida até o final de 2021. Para isso, vai pagar juros adicionais. Este acordo, lembra a holding, ainda precisa ser finalizado e homologado para ter validade. O que pode não acontecer, alerta no relatório.
Caso não aconteça, a empresa teria caixa para se manter até o terceiro trimestre de 2018. Os executivos descartam esta hipótese. “Estamos focados em completar a reestruturação e atender às condições para que a AINMT realize o segundo investimento de US$ 150 milhões. O que, se acontecer, nos permitirá buscar uma nova estratégia de crescimento para a Nextel Brasil”, afirma Dan Freiman, diretor financeiro da NII. A dívida da Nextel Brasil é de US$ 704 milhões.