Preço da banda larga móvel caiu pela metade em três anos, no mundo

Dado foi obtido pela UIT, braço da ONU para o setor de telecomunicações. Organismo prevê que até o final do ano 4,3 bilhões de pessoas tenham acesso móvel à internet. Relatório mostra ainda persistência da diferença de acesso entre homens e mulheres.
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O mapa mostra a proporção de jovens entre 15 e 24 anos que se conecta à internet, por país. No Brasil, mais de 80% estão online. No mundo, 830 milhões de jovens têm acesso à web.

 

A União Internacional de Telecomunicações (UIT), braço da ONU para o setor de TICs, publicou nesta semana um estudo sobre o estado das comunicações no mundo. O material revela que a banda larga móvel vem se tornando cada vez mais importante para conectar as pessoas, e que isso acontece em função do preço.

O valor médio do acesso móvel à internet caiu pela metade entre 2013 e 2016. O cálculo do organismo não leva em conta apenas o preço por usuário, mas o valor da assinatura em relação à renda média per capita global.

Os dados mostram que nos países menos desenvolvidos o salto foi maior. O preço da conexão móvel equivalia a 32,4% da renda média, e caiu para 14,1% ao final de 2016.

Nos países em desenvolvimento, como Brasil, a queda do preço sobre a renda reduziu de 11,6% para 6% em três anos. Nos países desenvolvidos, de 1%, para 0,7%. A média mundial passou de 8,3% para 4,3%.

Projeção

A UIT estima que até o final do ano, 4,3 bilhões de pessoas acessem a internet por meio de conexões móveis. Significará um aumento de 20% ao ano, pelos últimos cinco anos. A população mundial é de 7,5 bilhões de pessoas.

A implantação de redes móveis nos países mais pobres tem sido o grande catalisador deste crescimento. Estas regiões tiveram um aumento médio de cerca de 50% da quantidade de novos acessos, entre 2012 e 2017. Enquanto os países desenvolvidos tiveram uma evolução de aproximadamente 10% ao ano.

Em comparação, os acessos fixos cresceram 9% ao ano no mesmo período. Mas são os acessos fixos que mais bem demonstram a diferença de desenvolvimento humano e econômico entre os países, lembra a UIT. Enquanto o mundo tem em média 15 de cada 100 habitantes com internet fixa, os países menos desenvolvidos não chegam a 5%. E os países em desenvolvimento, não alcançam 10%. As nações mais ricas têm taxas acima de 30%.

Desigualdade

Apesar da redução nos preços, o relatório da UIT destaca a grande desigualdade que existe entre os países mais e menos desenvolvidos. O organismo propõe como meta que todos os países chegam a um preço equivalente a 5% ou menos da renda média. De 169 países pesquisados, 120 estão nessa faixa. Mas praticamente todos os países menos desenvolvidos (34) ficam de fora, o que significa a exclusão da maior parte da população.

O acesso à internet é, também, um problema de gênero mundo afora. Apenas nas Américas há equilíbrio entre a quantidade de homens e de mulheres que navegam na internet. No resto do globo, a web é predominantemente masculina.

Na média mundial, 50,9% dos homens estão conectados, e 44,9% das mulheres. Nas Américas, a média é de 65,1% de homens conectados, e 66,7% de mulheres. Na África, no Oriente Médio, na Ásia, na CEI e na Europa, os homens são maioria.

Nenhuma situação, no entanto, é mais preocupante que na África. O continente foi o único em que a diferença entre homens e mulheres conectados aumentou nos últimos três anos. Em todas as demais, houve redução.

Confira o estudo completo, em inglês, no site da UIT.

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Rafael Bucco

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