Preço da banda larga fixa subiu no Brasil em 2021. Da telefonia móvel, caiu
A União Internacional de Telecomunicações e a A4AI divulgaram hoje, 17, o mais recente estudo global a respeito do custo dos serviços de telecomunicação para o consumidor final. O estudo fez uma analise dos valores cobrados por operadoras de todo o mundo ao longo de 2021 para diferentes cestas de serviços e concluiu que ficou mais caro em quase todo o mundo acessar a internet ou usar o celular. O Brasil foi um dos países onde o preço relativo da banda larga fixa subiu.
As cestas analistas cinco: uma apenas com franquia de dados móveis de 2 GB; outra de telefonia móvel com 70 minutos de voz, 20 SMS e franquia de 500 MB; outra com 140 minutos de voz, 70 SMS e franquia de 2 Gb; outra apenas com 70 minutos de voz e envio de 20 SMS; e por fim, plano de banda larga fixa com franquia mínima de dados de 5 GB.
Risco à universalização
A pesquisa mostra que os serviços de telecomunicações passaram a consumir uma parcela maior da renda das famílias, em comparação com 2020. Os preços relativos da banda larga fixa, por exemplo, passaram a representar 3,5% do PIB per capita global em 2021. Em 2020, representavam 2,9%.
A banda larga móvel experimentou o mesmo movimento. Equivalia a 1,9% do PIB per capita global em 2020, mas sumiu para 2% em 2021.
O secretário geral da UIT, Houlin Zhao, ressalta que este aumento do custo para as famílias se deu em meio à pandemia de covid-19 e com elevação da demanda, uma vez que conexão à internet “deixou de ser um mero luxo” para se tornar ferramenta essencial de trabalho.
“As conexões são uma necessidade para o trabalho, a educação e consumo de outros serviços essenciais. É urgente tratar da acessibilidade desses serviços se quisermos atingir a meta de termos uma conectividade de fato universal e relevante”, diz Zhao em nota.
Brasil na meta no móvel, mais longe na internet fixa
A UIT definiu como meta de acessibilidade que o preço por país seja de 2% do PIB per capita, em média. Mas, em 2021, sete países se distanciaram desse objetivo. Países pouco ou de médio desenvolvimento chegam a ter preços equivalentes a seis vezes a meta da UIT.
No Brasil, por exemplo, o custo dos serviços de telecom variaram segundo a tecnologia. A banda larga fixa tem preço equivalente a 3,49% do PIB per capital local. Acima, portanto, do objetivo da UIT, mas muito abaixo da média das Américas, que tem preço de 5,13% do PIB per capita.
Em compensação, no móvel, os preços estão bem alinhados à meta. Em todas as cestas o custo fica abaixo do objetivo, como se vê no gráfico abaixo relativo aos preços de 2021.
Os dados mostram que os serviços móveis ficaram mais baratos no Brasil em 2021, se comparado com 2020. Mas a banda larga fixa aumentou de preço. O preço da banda larga fixa saltou de um custo equivalente a 2,51% do PIB per capita em 2020 para 3,49% em 2021. Nas cestas móveis, todas registravam valor equivalente a 1,43% do PIB per capita em 2020, e portanto ficaram mais baratas em termos relativos no ano passado.
Os números mostram que o movimento brasileiro destoou do visto no continente americano, onde os preços da banda larga fixa caíram, em média, 2%, e o custo da internet móvel saltou 10%. No mundo, a banda larga fixa ficou 8% mais cara, enquanto a cesta de internet móvel baixou de preço em 2%.
Os dados completos pode ser vistos aqui.