Pré-pago vai continuar a encolher em 2017, prevê Oi

Operadora aposta no pós-pago e em dados, que já somam mais de 56% da receita com serviços, para ampliar as receitas móveis

smartphones apps androidA base de telefonia móvel pré-paga da Oi deve continuar a diminuir em 2017, conforme a operadora Oi. A percepção dos executivos da companhia é de que este produto é muito sensível a condições da economia, especialmente à taxa de desemprego, que somada ao desligamento de inativos, manterá a tendência vista em 2015 e 2016 de encolhimento do segmento.

“Existe uma relação direta entre desemprego e a curva [de desempenho] do pré-pago. Outras operadoras também sentiram esse impacto”, ressaltou Bernardo Winik, diretor nacional de varejo da Oi, durante conferência de resultados com analistas.

A operadora registrou retração de 15,5% na base pré-paga entre o quarto trimestre de 2015 e igual período de 2016, o que representou um desligamento de pouco mais de 6 milhões de chips. Acima da média do mercado, que desligou 10,75% dos pré-pagos (19,8 milhões de SIM cards) ano passado, conforme dados da Anatel.

Embora a empresa acredite que haja melhora no cenário macroeconômico, ainda não vê retomada do segmento. “Para 2017, esse movimento de redução da base vai continuar acontecendo, a despeito da melhora de cenário macroeconômico”, afirmou.

Ainda que a base encolha, a tele busca recompor a receita pré, ampliando foco em dados. Em 2016, a receita com dados subiu 17%, atingindo R$ 966 milhões, passando a representar 56% do total faturado com serviços móveis.

Já no pós-pago, a expectativa é de crescimento na base, além da receita. “No pós-pago será diferente. Vimos um crescimento de clientes no ano passado, que deve continuar este ano”, ressaltou. Nesta modalidade de produto, a Oi cresceu 1,2% em um ano, acrescentando cerca de 81 mil clientes em 2016.

A Oi divulgou ontem à noite o resultado financeiro de 2016, no qual apurou prejuízo de R$ 7,1 bilhões.

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Rafael Bucco

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