Poupança tem saída recorde de R$ 12,7 bilhões em julho

De acordo com o BC, no mês passado os depósitos na poupança somaram R$ 290,4 bilhões. Já as retiradas totalizaram R$ 303,1 bilhões.
Poupança tem retirada recorde de R$ 12,7 bilhões em julho - Crédito: Freepik
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A retirada de recursos da caderneta de poupança superou os depósitos em R$ 12,7 bilhões em julho deste ano, segundo informou nesta quinta-feira, 4, o Banco Central. Foi a maior saída líquida já registrada para meses de julho desde o início da histórica, em janeiro de 1995.

De acordo com o BC, no mês passado os depósitos somaram R$ 290,4 bilhões. Já as retiradas totalizaram R$ 303,1 bilhões.

A retirada no mês passado é mais de cinco vezes maior do que o recorde anterior para o período, de 2015 (-R$ 2,453 bilhões). Em junho, os saques foram de R$ 3,755 bilhões, enquanto em julho de 2021 o saldo foi positivo em R$ 6,377 bilhões.

No acumulado dos sete primeiros meses deste ano os saques de recursos da caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 63,2 bilhões. Esse também é o maior valor da série histórica. A cifra supera o recorde anterior, de 2016, quando R$ 43,7 bilhões líquidos foram retirados da poupança.

Os saques acontecem em um momento de alta dos juros bancários e do endividamento das famílias. Segundo dados do BC, o endividamento das famílias com os bancos, em relação à renda acumulada em 12 meses, atingiu 52,2% em março deste ano (último dado disponível). Em fevereiro de 2020, antes da pandemia da Covid-19, o endividamento das famílias estava em 41,7%.

Segundo dados do Serasa Experian, o país tinha 66,6 milhões de inadimplentes em maio. A soma das dívidas chega a R$ 278,3 bilhões, uma média de R$ 4.179,50 por dívida.

Rendimento da poupança

Atualmente, com a taxa básica de juros, a Selic, a 13,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), atualmente em 0,2420% ao mês (2,94% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita com TR mais 70% da taxa básica de juros, o que desestimula o investimento.

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Redação DMI

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