Positivo entra na disputa pelo mercado de PCs corporativos
A Positivo Tecnologia iniciou neste ano um movimento de aproximação do mercado corporativo de PCs, segmento tradicionalmente dominado pelas multinacionais HP, Lenovo e Dell. A companhia brasileira contratou gente, dedicou capacidade fabril, investiu em marketing, fechou parceria com a IBM para a manutenção e atendimento. E traçou um objetivo: abocanhar ao menos 10% do segmento até o final de 2019.
A meta não é das mais simples. Atualmente, o share da Positivo no mercado corporativo é de 3%, boa parte devida às vendas feitas a pequenas empresas. Agora, a intenção é atender grandes clientes, as mil maiores empresas do país, de alguma forma.
O executivo Luis Vissotto (ex-HP) foi chamado para a missão, há quatro meses. Conta que a abordagem mercadológica prevê a oferta de várias modalidades de serviços e produtos. Diz que venderá notebooks, desktops e all-in-ones com a marca Positivo Master e manutenção da IBM. Também vai ofertar notebooks Vaio, marca japonesa licenciada localmente para a Positivo. Outra possibilidade são “combos” que reúnem a venda de computadores e celulares da marca Quantum, especialmente o smartphone V, que já traz um projetor embutido.
A existência de duas fábricas locais é um diferencial, garante. Isso permitirá personalizar hardware conforme a demanda do contratante e praticar preços menos dependentes do dólar, incentivados pela Lei de Informática. E, se as maiores companhias brasileiras não quiserem comprar, mas alugar, poderão. “Estamos adotando o modelo puro de locação, com preços agressivos para que as empresas possam locar as máquinas pelo tempo e em quantidade que precisarem”, conta.
Mercado estável
O mercado brasileiro de computadores despencou desde o pico, em 2011. Em 2017, mostrou recuperação no varejo graças à liberação do FGTS ao trabalhador. Mas, segundo dados da consultoria IDC, o fenômeno da alta ano passado foi isolado. Daqui para a frente devido, a tendência é de estabilidade.
Sem mercado em expansão, a Positivo foi atrás de novos segmentos para atender. Encontrou o das grandes empresas, setor que ainda evitava. “Temos o conhecimento de atender governos, instalar parques de 50 mil maquinas e dar manutenção. Credenciais suficientes para atender as grandes empresas”, ressalta Vissotto.
O executivo espera surfar em outra tendência identificada pela IDC: a necessidade de as empresas renovarem seus parques, após mais de dois anos com investimentos reduzidos. “Os investimentos foram represados e é necessário superar a obsolescência. O mercado vai crescer”, defende.