Plataforma CPQD compartilha dados médicos com segurança
O CPQD, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, e a MilSênior, healthtech brasileira, desenvolveram em parceria uma plataforma de dados, em blockchain, que inclui informações de saúde de pacientes e busca facilitar o compartilhamento de dados médicos de forma segura. A parceria contou também com o apoio da EMBRAPII (Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), além do incentivo da healthtech – MilSênior – para que organizações adotem a plataforma.
“O diferencial do projeto está na validação da solução em ambiente real, usando a operadora como primeiro case. Porém, essa é uma iniciativa de interesse público, com foco na melhoria do atendimento aos usuários, e por isso a ideia é que outras organizações também participem”, ressalta Thiago Maia, líder de Tecnologia e Operação de Saúde do MilSênior.
Com a tecnologia blockchain, os dados médicos de diferentes pacientes podem ser compartilhados com segurança, agilizando processos na transmissão de dados. Além disso, a plataforma evita disparidade de informações apresentando-as de maneira simplista e direta, beneficiando médicos e clínicas. Já para os pacientes, a plataforma garante segurança e privacidade aos dados, uma vez que o acesso é controlado.
José Reynaldo Formigoni, gerente de Soluções Blockchain do CPQD, destaca que o sistema foi estruturado com base no conceito de Open Health, de modo a facilitar o compartilhamento seguro de dados do usuário entre os participantes da rede blockchain. “Assim, se o usuário mudar de operadora de saúde, poderá levar os seus dados, como resultados de exames e histórico médico, para o novo prestador de serviço”, explica.
Além disso, os dados só podem ser acessados pelos diferentes atores do sistema com o consentimento do paciente, conforme prevê a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais). O projeto conduzido pelo CPQD incluiu o desenvolvimento da solução de identidade digital descentralizada – para pacientes, colaboradores da operadora e terceiros – e da carteira digital, bem como a governança dessa Rede Descentralizada de Dados em Saúde (RDDS).
Por fim, Thiago Maia conta que foram utilizadas informações criptografadas de exames laboratoriais de pacientes atendidos pela operadora. “A ideia é incluir no banco de dados também resultados de exames de imagem, receituários médicos, comorbidades e informações referentes a internações de pacientes, de forma a ampliar o conhecimento sobre seu histórico de saúde. Além disso, a iniciativa prevê a disponibilidade de acesso do usuário ao sistema e a abertura da Rede Descentralizada de Dados em Saúde para a entrada de outros players”, conclui o executivo.