Para XP, reajustes de preços vão puxar receitas de Vivo e TIM
Os reajustes de preços implementados por Vivo e TIM ainda no ano passado devem ter efeitos positivos nos resultados do primeiro trimestre deste ano, projetam analistas da XP Investimentos, em relatório sobre o mercado de telecom.
“De modo geral, esperamos resultados positivos tanto para a Vivo quanto para a TIM, dando continuidade à tendência de forte crescimento das receitas”, afirmam os analistas Bernardo Guttmann e Marco Nardini.
Além das receitas, o relatório aponta alta, tanto para a Vivo quanto para a TIM, em indicadores como lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA), margem EBITDA e resultado líquido. As projeções apresentadas ficam próximas às estimativas divulgadas por analistas do Santander, há poucos dias.
Ambas as operadoras devem divulgar os dados financeiros e operacionais do primeiro trimestre de 2024 no dia 7 de maio.
Confira, a seguir, as projeções da XP.
Vivo
Para a XP, a Vivo deve apresentar “resultados sólidos no primeiro trimestre, mantendo um ritmo operacional positivo”. A projeção indica alta de 6% na receita líquida, com o faturamento dos serviços móveis avançando 8,6%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
“A estratégia de migração pré-controle da empresa e o saldo positivo de portabilidade resultaram em um saldo favorável de adições líquidas pós-pagas”, diz trecho da análise. “Esperamos que os ajustes de preços feitos aos clientes no ano passado também contribuam para o crescimento da receita”, apontam os analistas.
O serviço fixo deve ter alta de 1,9%, com as adições líquidas em fibra (alta de estimada de receita de 7%) compensando o declínio de acessos legados (-15%). Reajustes de preços na banda larga também devem contribuir para o incremento do faturamento no segmento.
Segundo os especialistas, o EBITDA deve crescer 9%, alcançando R$ 5,3 bilhões. A expectativa é de que a margem passe de 38,9%, no primeiro trimestre de 2022, para 40%, no intervalo de abertura deste ano. O lucro líquido deve alcançar R$ 1,05 bilhão, alta de 27% ante o trimestre inicial do ano passado.
TIM
As projeções para a TIM também são amplamente positivas. Tanto a receita líquida quanto a de serviços móveis devem avançar 7% na comparação interanual. Segundo o relatório, o crescimento será impulsionado, sobretudo, pelo aumento de preços implementado nos trimestres anteriores, com apoio do baixo nível de churn (rotatividade de clientes) da empresa – vale lembrar que a operadora tem planos para novos reajustes.
“Além do aumento de preços nos planos pós-pagos, a empresa também ajustou as recargas mínimas nos planos pré-pagos no último trimestre, aumentando o plano quinzenal para R$ 17 (de R$ 15) em certas regiões em outubro. O cenário competitivo mais racional em todos os segmentos facilitou os aumentos de preços em todos os setores”, destacam os analistas.
As projeções ainda indicam alta para serviço fixo (4%), TIM Live (7%) e produtos (3%).
No que diz respeito à rentabilidade, espera-se que o EBITDA normalizado avance 10%, com a margem alcançando 47%, ou seja, um ponto percentual acima da registrada no mesmo período de 2022 (46%). O lucro líquido normalizado deve crescer 37%, totalizando R$ 600 milhões.