Para Telebrasil, governo priorizou leilões arrecadatórios

Regras dos editais e não aplicação do Fust explicam porque cobertura móvel não atende a 100% da população, defende entidade.

Após a divulgação ontem pela Anatel de dados que mostram ainda haver 3,8 milhões de pessoas sem acesso a redes móveis no país, a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil) decidiu se pronunciar. Hoje, soltou nota na qual defende que o motivo para a cobertura das operadoras móveis não chegar a 100% dos brasileiros está no perfil dos leilões de espectro realizado pelo governo e na falta de uso dos fundos setoriais.

A entidade, que representa operadoras móveis, ressalta que as metas de cobertura foram definidas nos leilões das licenças de telefonia móvel, já sem incluir todos os distritos e prevendo atendimento em 80% das áreas urbanas dos distritos sedes.

“A meta foi definida dessa maneira porque a prioridade do governo para esses leilões foi ter uma arrecadação elevada com a venda das licenças e não ter a cobertura dos distritos. As estradas e áreas mais distantes sempre foram desconsideradas nos editais”, afirma a Telebrasil.

A associação também voltou a cobrar a aplicação do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que apesar de recolhido pelas operadoras, tem a maior parte de seus recursos contingenciados pelo governo federal. Conforme a entidade, uso do Fust, aliado a mudanças no marco regulatório, poderiam “permitir o atendimento a áreas remotas e à população de baixa renda”.

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Da Redação

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