Para satélites, a interferência é grande se frequência for compartilhada
A ocupação exclusiva da frequência de 18,1 GHz e de 27,9 GHz pela banda Ka do satélite é necessária para que o serviço não sofra interferência. Esse é o principal argumento das associações e empresas de satélite para defender a proposta da Anatel, cuja consulta pública terminou ontem, 13, de destinar o espectro de 18,1 a 186 GHz (espaço-Terra) e de 27,9 a 28,4 GHz (terra-espaço) para uso exclusivo.
Isso porque, alegam, os principais serviços a serem prestados pela banda Ka, o de TV via satélite (DTH) e o da internet banda larga- envolvem um grande número de usuários com pequenas antenas e comportamento onipresente. “A operação das estações terrestre em bandas de frequência compartilhadas com o serviço fixo pode resultar em situações de interferência entre os serviços, já que é inviável a coordenação entre um grande número de estações terrenas e estações terrestres com antenas pequenas distribuídas pelo território brasileiro”, assinala a EMEA Satellite Operators Association.
A Hispamar assinalou que haverá antenas de até 75cm, que serão instaladas em todo o país, que não poderão ser harmonizadas com as estações terrestres. E a Hughes, por sua vez, explicitou que “diferentemente de outras faixas de frequência utilizadas no serviço satélite, os sistemas em Banda Ka utilizam tipicamente o conceito de Multispot (múltiplos feixes), com transponders de até 500MHz, que permite o reuso de frequência por polarização entre feixes não adjacentes”. Segundo a empresa, a convivência dessa tecnologia com serviços terrestres é impraticável, visto a incompatibilidade tecnológica e a necessidade de coordenação das estações VSATs com a rede terrestre.
Para justificar proposta, a Anatel argumentou também que, para garantir a eficácia da implantação de banda larga no Brasil, precisava assegurar frequência para serviços que não o terrestre, de pelo menos 1 GHZ adicional de espectro de Banda Ka