Para presidente da Anatel, impacto da interferência na faixa de 3,5 GHz é pequeno

Leonardo de Morais afirma que a 5G começará a ser implementada nos grandes centros urbanos na faixa de 3,5 GHz. E nessas cidades, a TV digital já está massificada, portanto, sem risco de sofrer interferência.

O comitê de espectro e frequência da Anatel, que é presidido pelo próprio presidente da agência, Leonardo de Morais, conclui hoje, 30, a avaliação do estudo técnico sobre a interferência que pode ocorrer na frequência de 3,5 GHz, que será leiloada no próximo ano para as  operadoras de celular começarem a usar a tecnologia de quinta geração, a 5G.

Apesar de já se ter constatado que haverá riscos de interferência ao serviço de TV aberta com o uso de antenas parabólicas, (batizado de TVRO) que ocupa a borda desse espectro, para Morais o impacto será muito menor do que apregoa as emissoras de TV.

Embora ele reconheça a ache legítimo a preocupação dos radiodifusores, Morais advoga que os efeitos serão pontuais e poderão ser resolvidos com soluções de mercado. Isso porque, justifica,  os serviços de 5G começarão a ser oferecidos nos grandes centros urbanos, e todas essas cidades já contam com os sinais de TV aberta digitais. ” A frequência de 3,5 GHz, por se mais alta do que a que atualmente é ocupada pela TV aberta digital, ocupará uma sub-área da área da TV digital, e por isso, não haverá problemas de interferências”, advoga.

Para ele, somente poderá haver algum tipo de interferência nas transmissões que estiverem fora do alcance dessas áreas digitalizadas e, nesse caso, ele entende que o mercado encontrará as soluções, com a instalação de filtros ou outras alternativas técnicas em estudo.

Leonardo Morais observa que, ao contrário da limpeza do espectro para a digitalização dos sinais de TV, no caso dessas antenas parabólicas, não há uma política pública estabelecida, até porque o perfil dos consumidores que usam esses serviços é distinto daqueles para os quais a política de disseminação da TV digital foi direcionada.

  • No caso da TV digital, inicialmente foram eleitas as famílias do Bolsa Família e depois as do Cadastro Único, para as quais se distribuiu os conversores de sinais gratuitamente. Foram contempladas 28 milhões de famílias. Nesse caso atual, não se sabe onde essas antenas estão e qual o número de famílias que não teriam condições de comprar esse filtro. Afinal, não me parece ser correto subsidiar um aparelho para quem tem casa na praia e condições de comprar o filtro, avalia
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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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