Para fugir do roubo de cabos, TIM troca a tecnologia de banda larga fixa no Rio

A TIM acelerou a migração do FTTC para o FTTH na capital fluminense para economizar com os problemas resultantes da atuação de quadrilhas especializadas no roubo e furto de cabos de cobre
A TIM avisou hoje, 27, que está apressando a mudança de sua rede de banda larga fixa nas cidades do Rio de Janeiro e em São Paulo, por motivos diferentes. No Rio, a empresa decidiu trocar antes toda sua rede FTTC, de fibra até o armário, para FTTH, de fibra até a casa do cliente. No momento, 50% dos clientes que eram usuários do FTTC foram migrados para a fibra óptica de ponta a ponta na capital fluminense.

Múltiplos fatores motivaram o investimento. No Rio, o principal fator que fez a empresa agir antes do que em São Paulo, foi o roubo e furto de cabos de cobre. A tecnologia FTTC utiliza duas formas de cabeamento. Até o armário da operadora, chega a fibra óptica, que não é visada por bandidos. Mas do armário até as casas, no entanto, há o uso de cabos de cobre, metal com valor de revenda.

“Começamos no Rio de Janeiro porque em certas áreas tinham quadrilhas especializadas em roubo de cobre. Era um problema que aumentava o custo de serviço, pois temos equipes de campo para fazer a instalação e para proteger os cabos. Então fizemos a migração para reduzir o transtorno, além de melhorar a experiência para o cliente”, disse Alberto Griselli, chief revenue officer da TIM Brasil.

O roubo e o furto de cabos de cobre é um problema relevante para as operadoras. A Oi afirmou na última semana que isso gera custos anuais de R$ 200 milhões, pelo menos. Em 2020, conforme dados da Conexis Brasil Digital, antigo Sinditelebrasil, as teles estimaram danos de R$ 1 bilhão.

Migração contínua

Em São Paulo o problema do roubo de cabos existe, mas é menos intenso do que no Rio. Assim, o cronograma de migração da tecnologia aqui foi postergado, devendo começar neste semestre. O objetivo principal é melhorar a experiência de uso do assinante e melhorar o desempenho da rede a fim de evitar a perda de clientes.

O plano da operadora é trocar em algum momento toda sua base de clientes do FTTC para o FTTH, por conta da limitação do FTTC. A tecnologia tem velocidade máxima de download e upload de dados inferior à fibra total.

Segundo Pietro Labriola, CEO da TIM, o FTTC já está perdendo usuários e apresenta “tendência negativa de receitas”. Ou seja, vem faturando cada vez menos. Diferente, porém, do FTTH, em que houve crescimento de 40% na comparação ano a ano no segundo trimestre.

“Continuaremos a ter encolhimento do FTTC e crescimento do FTTH pelos próximos meses. Esperamos no primeiro trimestre de 2022 voltar a ter alta de receita, porque a importância do FTTH vai superar a do FTTC”, falou na conferência de resultados do último trimestre com analistas de mercado na manhã de hoje, 27. Atualmente, a base de clientes de fibra de ponta a ponta é de pouco mais de 360 mil, cerca de 54% da carteira da TIM Live.

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Rafael Bucco

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