Para Claro, conta digital reduz churn e fideliza cliente de telecom
Atuando no setor financeiro há quatro anos, a Claro enxerga o Claro Pay, o banco digital da operadora, como uma ferramenta para atacar dois importantes indicadores do setor de telecomunicações: o churn (rotatividade de clientes) e o ARPU (receita média por usuário).
De acordo com Maurício Santos, diretor executivo de Serviços Financeiros da Claro e Claro Pay, a empresa está explorando “várias sinergias entre telecom e serviços financeiros”, como canais de vendas, compartilhamento de grandes bases de clientes e jornadas de aquisição de consumidores.
“Para uma telco, a partir do momento em que se tem serviços financeiros atrelados, você reduz o churn, pois o cliente fica mais receoso de sair. E você consegue aumentar o ARPU com base nessa fidelização”, disse o executivo, durante o Digital Money Meeting, evento online realizada pelo Tele.Síntese, nesta segunda-feira, 3. “A empresa ainda consegue oferecer outras vantagens que fazem o cliente ficar, como financiamento de aparelho [celular], crédito e benefícios em serviços de telecom”, acrescentou.
Santos destacou que o Claro Pay não procura competir por clientes com bancos digitais, uma vez que o braço financeiro da operadora busca atingir classes de renda mais baixas, além da população desbancarizada e semibancarizada. No entanto, para se estabelecer no setor, a empresa percebeu que precisava oferecer produtos diferenciados e até mesmo customizados.
“É preciso ter uma proposta de valor diferenciada, não é só ter uma fintech dentro da operadora. Tem que pensar em quais produtos vai oferecer e para qual perfil de clientes. Também é fundamental encontrar formas de geração de receitas”, pontuou.
Estratégia
De acordo com Santos, a empresa tem estratégias bem definidas para crescer e monetizar as suas bases de varejo, Pequenas e Médias Empresas (PMEs) e grandes negócios.
Como a carteira de clientes pessoa física (PF) é amplamente formada por assinantes de telefonia móvel dos planos pré-pago e controle, a ideia é ampliar a lista de benefícios exclusivos para pagamentos por meio do aplicativo financeiro. Para a operadora, o ideal é fornecer vantagens em serviços, como bônus nos pacotes de dados, e não necessariamente em descontos, tendo em vista o objetivo de elevar o ARPU. Em breve, o app deve incluir o benefício de cashback.
Já no B2B a estratégia envolve impulsionar o Claro Pay como solução white label por meio da Embratel, braço de serviços corporativos da operadora. Neste caso, uma alternativa de rentabilização da base é a cobrança pelo uso do Pix em contas de pessoa jurídica (PJ).
Além disso, Santos revelou que a Claro está prestes a entrar no setor de maquininhas de cartão. O produto deve chegar aos lojistas, sobretudos PMEs, mediante uma parceria com a FiServ. “Vamos explorar vantagens cruzadas, com benefícios para o cliente da nossa banda larga e do móvel”, sinalizou o executivo.