Para banda larga atingir 90% da população, são necessários R$ 100 bilhões em 10 anos, diz Claro

A Claro calcula que serão necessários entre R$ 100 bilhões a R$ 200 bilhões de investimentos em 10 anos para a banda larga alcançar 90% da população.

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O Brasil pode ser considerado uma Islândia ou uma Índia, no que se refere ao acesso à internet de alta velocidade, apontou hoje, 21, Ayrton Capella, diretor para Assuntos Regulatórios da Claro. Se mirarmos apenas a classe A, somos uma Islândia, pois 98% de seus integrantes têm acesso à internet fixa ou móvel. Se mirarmos as classes D e E, porém, somos uma Índia, pois apenas 26% da população acessam a internet.

Para reverter esse fosso digital, e fazer com que pelo menos 90% da população tenha acesso à rede de banda larga, serão necessários no mínimo R$ 100 bilhões. Mas os investimentos podem chegar a até R$ 200 bilhões, a depender do tipo de velocidade que se pretende,  e o do cenário regulatório.

Para o investimento no limite mais baixo, a Claro considera uma banda larga entre 30 a 50 Mbps, com a rede de FTTC (rede de TV a cabo, e não de fibra óptica), baixo nível de sobreposição de redes fixas , elevado compartilhamento de infra móvel e aumento controlado de volume de dados móveis. Os investimentos mais altos, de R$ 200 bilhões, seriam necessários se  a velocidade da banda larga chegasse a 100 Mbps (com uso de fibra óptica, FTTH),  alto nível de sobreposição de redes fixas e compartilhamento de infra móvel limitado; além de aumento agressivo do volume de dados móveis.

“Desde 2001 já foram arrecadados mais de R$ 90 bilhões para os fundos setoriais, e apenas 7% foram aplicados. Se a banda larga fosse mesmo o centro de política pública, esses recursos teriam sido alocados para o setor”, desabafou o executivo.

TAC

Para Capella, os acordos de TACs – Termos de Ajustamento de Conduta – que trocam multas por investimentos em redes de banda larga devem ter como prioridade, o “atendimento a áreas de baixo desenvolvimento econômico e social e a redução das diferenças regionais”, entre outros. O empresário participou do 51 Encontro Tele.Síntese.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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