Para a S&P, Oi vai renegociar dívidas se aditamento do PRJ não for aprovado

Instituição baixou nota de crédito da Oi em função do aditamento ao plano de recuperação judicial. A nova proposta prevê desconto de até 60% em parte da dívida para o pagamento adiantado. E, mesmo que a proposta não seja aprovada pelos credores, a companhia vai renegociar "nos próximos meses", prevê.

A empresa de avaliação de risco de crédito Standard & Poor’s reduziu ontem, 18, a nota dos títulos da Oi. A nota passou de B- para CC em escala global, e em escala nacional de brBBB- para brCC. Em ambos os casos, a perspectiva é negativa. Ou seja, a instituição pode voltar e baixar a nota da operadora.

O relatório indica que a revisão resulta diretamente da aplicação de critério técnico interno da S&P sobre uma das condições apresentadas no aditamento ao Plano de Recuperação Judicial protocolado perante o juízo da Recuperação Judicial pela companhia.

Especificamente, a S&P vê risco aumentado de o credor receber menos dinheiro que o previsto por conta da cláusula do plano que admite o pré-pagamento dos títulos com a aplicação de desconto. Essa possibilidade, no entanto, depende de “determinados eventos de liquidez definidos no referido aditamento”, diz a Oi.

Antecipação ou renegociação

A política de antecipação de pagamentos prevê “haircut”, ou seja, redução do montante devido, em até 60%. Será realizada logo após a venda dos ativos móveis da companhia.

A S&P diz, ainda, que mesmo que os credores não aprovem no aditamento do plano de recuperação em assembleia prevista para agosto, haverá renegociação dos valores devidos pela Oi “nos próximos meses”, com consequente corte de parte da dívida. O endividamento bruto da tele alcança, hoje, R$ 24 bilhões, e deu um salto neste ano com a desvalorização do real frente o dólar e o euro.

Conforme o plano aditado da companhia, haverá divisão estrutural da empresa em quatro unidades além da Oi S.A. Três unidades serão integralmente vendidas, e um unidade, parcialmente. Oi Móvel, data centers e torres serão leiloadas. Enquanto a área de fibra óptica terá apenas o controle vendido.

A Oi S.A. seguirá dona da concessão, em cobre, e administrando os clientes de seus serviços de banda larga e TV paga, de call center, central de atendimento técnico e de fatia minoritária da unidade de infraestrutura óptica. Conforme o plano, a Oi espera levantar ao menos R$ 22,85 bilhões com essas transações.

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Rafael Bucco

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