Para a Motorola, consumidor vai gastar mais com smartphones no 2º semestre

Fabricante prevê aumento do tíquete médio, que é quanto o consumidor paga, em média, por aparelho. Empresa lançou hoje o celular Motorola One Vivion, que têm ênfase na fotografia.

Para o presidente da Motorola Brasil, José Cardoso, o mercado brasileiro de smartphones tende a andar de lado neste ano, com melhora nas vendas concentrada no segundo semestre. Manter a estabilidade já seria algo positivo para 2019 neste mercado, dada a retração de 6,8% nas vendas 2018 e amadurecimento do consumidor, que está partindo para o terceiro aparelho de sua vida.

Ainda assim a Motorola se preparou com lançamentos de produtos de valor mais alto, embarcando novas tecnologias para justificar o desembolso maior dos clientes. “A gente acha que o mercado vai se recuperar no segundo semestre. Pode não ter aumento no volume de aparelhos vendidos, mas haverá aumento crescimento em receita em função do aumento do tíquete médio”, diz.

Neste sentido, a empresa anunciou hoje, 15, em São Paulo, a chegada do Motorola One Vision, novo aparelho da linha One, com o que diz ser “o sistema de câmera mais avançado produzido até hoje pela Motorola”. Daí o nome “Vision”.

O aparelho, fabricado na planta de Jaguariúna (SP), tem o objetivo de atrair a demanda do mercado “mid premium”, que custa de R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil. Não à toa, seu preço é de R$ 2 mil. Segundo Cardoso, este é o filão de smartphones em que há mais oportunidades no Brasil e na América Latina, no momento.

“O segmento cresceu 70% na América Latina em 2018 e absorveu 30% das vendas em toda a região. No Brasil, cresceu 200% nos últimos quatro anos”, ressaltou.

Motorola One Vision

O smartphone foi lançado hoje mesmo e já pode ser encontrado no varejo e em lojas de operadoras (Claro, Oi, Nextel, TIM, Vivo). Traz tela de 6,3 polegadas full HD+ na proporção 21:9, usada nos cinemas em filmes de Hollywood.

Por dentro, tem um chipset de oito núcleos Samsung Exynos 9609, com clock máximo de 2,2 GHz e um chip dedicado ao processamento de funções de inteligência artificial. Traz 4 GB de RAM, armazenamento de 128 GB e bateria de 3,5 mil mAh.

O grande diferencial, diz a fabricante, está nas câmeras. A dianteira tem um sensor de 25 MP. A traseira, dupla, tem um sensor de 48 MP e outro de 5 MP (responsável por capturar a profundidade nas imagens a permitir que o software aplique efeitos que diferenciem os planos).

Ambas as câmeras (dianteira e traseira) usam a tecnologia quad pixel, pela qual o software usa os dados de quatro pixels da imagem para formar um só, mais definido. Na prática, a câmera de 48 MP entrega fotos de 12 MP, mas com luminosidade e nitidez melhores que uma câmera de 12 MP.

A Motorola criou também um algoritmo para fotos tiradas em ambientes escuros, que funciona apenas com a câmera traseira, já que esta tem estabilizador óptico de imagem. A função, chamada Night Vision, tira fotos mais claras e nítidas mesmo em locais sem condições favoráveis.

A inteligência artificial é toda aplicada à câmera. Além do recurso para fotos noturnas, o One Vision tem sistema capaz de detectar e sugerir qual o melhor modo para capturar aquela foto. Reconhece, por exemplo, se há uma pessoa e aciona a captura em mode retrato. Também tem capacidade de reconhecer sorrisos de até cinco pessoas, registrando o momento exato em que todas estão com cara de felicidade.

O aparelho vem com o sistema Android Pie. Além disso, a Motorola garante atualização mensal de segurança do software do dispositivo todo mês, por três anos. E promete atualização para o Android Q e Android R, quando estes sistemas tiverem suas versões finais disponíveis no mercado.

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Rafael Bucco

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