Estudo da GSMA diz que FWA é mais viável do que a fibra na América Latina
Estudo publicado pela GSMA na última semana chega à conclusão de que vale mais à penas para operadoras e provedores da América Latina investirem em FWA (tecnologia baseada em rede móvel) do que em fibra óptica para a entrega dos serviços de banda larga fixa – desde que já possuam rede pronta para o 5G em 3,5 GHz e 26 GHz.
A pesquisa “The 5G FWA Opportunity” traça um modelo de custos para a implantação de redes para o serviço FWA usando ondas médias e milimétricas. Os autores do material são Federico Agnoletto, economista sênior da GSMA, e Pau Castells, chefe de análise econômica da entidade.
“Neste relatório, focamos nossa comparação de FTTH versus 5G FWA na suposição de que nosso operador hipotético tem um 5G existente de rede para smartphones”, apresentam os economistas da GSMA. Vale lembrar que na América Latina o 5G ainda engatinha. O Brasil desponta na região com a entrega do serviço, na modalidade 5G DSS, que utiliza frequências do 4G/LTE, enquanto as redes 5G “puras”, em 3,5 GHz, chegarão em meados deste ano, e ainda não há previsão de data para início do uso dos 26 GHz.
Os modelos de custos de FWA e fibra criados por ambos adotam diferentes premissas, como disponibilidade de postes e dutos, aluguel ou posse da infraestrutura passiva, zoneamento rural ou urbano, e custo no pico do consumo.
Enquanto na Europa e nos Estados Unidos há diversos cenários em que a fibra se mostra economicamente superior, na maioria dos casos os custos para implantação de FWA e propriedade são menores.
Na América Latina, em todos os cenários, o FWA se mostra mais eficiente em termos do custo total de propriedade, como mostra o gráfico acima.
A estratégia criada envolve o aproveitamento máximo das estações base existentes com uso das frequências mid-band para cobertura e capacidade, e espectro mmWave para capacidade adicional.
“A camada de capacidade é uma alternativa econômica ao FTTH em muitos casos, mesmo onde o operador pode implantar cabos de fibra usando overground ou infraestrutura subterrânea”, diz a pesquisa.
Em cidades rurais da Europa, Estados Unidos e América Latina que carecem da infraestrutura FTTH subjacente que operadores podem alugar ou compartilhar, o FWA pode custar até 80% menos do que FTTH, indica a pesquisa da GSMA.
Se os operadores podem alugar ou compartilhar dutos existentes ou postes para implantar sua rede de acesso, ele pode entregar redução de custos de até 10% na Europa, 20% nos EUA e 30% na América Latina, especificam os autores.
Menor custo
Essa estratégia de implantação também pode fornecer redução de custos em áreas suburbanas. Onde o operador precisa construir dutos ou postes para implantar cabos de fibra, a economia de custos pode chegar a 70%. Se eles fossem alugados ou compartilhados, custaria 30% menos que FTTH na América Latina e 20% na Europa.
Em áreas urbanas densamente povoadas, nestas regiões, pode proporcionar economia de custos de 30 a 45% onde o operador precisa construir o subsolo ou infraestrutura de fibra terrestre.
É também um melhor custo-benefício onde a infraestrutura de fibra pode ser alugada ou compartilhada, com economia de custos de 10% na Europa e nos EUA, e 20% na América Latina.
O relatório pode ser conferido aqui.
“No próximo relatório, vamos examinar em que condições o 5G FWA seria um estratégia de implantação econômica para um ISP sem rede de acesso sem fio existente”, avisa a GSMA.