Pandemia acelerou transformação digital no campo
A transformação digital já vinha acontecendo no campo de alguma forma, porém foi acelerada com a pandemia do coronavírus, como aconteceu em todos os setores da economia. “Conseguir gerir grandes propriedades rurais a distância, tendo os indicadores em mão em tempo real, necessita que haja uma força tarefa muito grande para colocar essas tecnologias em funcionamento, depois habilitar novos processos e preparar essas pessoas para utilizar essas tecnologias”, afirmou o coordenador de Agricultura da SLC Agrícola, Ronei Sana, nesta quinta-feira, 6, em sua participação no Agrotic 2021, promovido pelo Tele.Síntese.
Para o gerente de Inovação da Raizen, Pedro Noce, é preciso criar um ecossistema que acelera a troca de informação, mas levar tecnologia para o campo não se limita a tecnologias disruptivas, mas pode ser também soluções de digitalização de processos, que são mais simples para o agricultor, que trazem benefícios, como de automatização de atualização de contratos. “Nós temos muito espaço para crescer e as startup e hub digitais têm papel fundamental nessa jornada”, afirmou.
O presidente da Cooperfams, Marcelo Kappes, disse, por sua vez, que permanecer tocando os negócios a distância foi uma grande transformação em curto espaço de tempo. “Surgiram aplicativos, formas de comunicação novas que nos permitiram estar mais próximos e conectados do que éramos a um ano atrás”, disse. Segundo ele, são tecnologias que ajudam a medir todos os passos à distância, buscando melhor preparo das equipes em função da distância. “E isso abriu nossos olhos de como essa inovação pode garantir melhores resultados não só no aumento da produtividade, como também a diminuir custos”, ressaltou.
O sócio Líder de Agribusiness em Consulting da KPMG no Brasil, Martiniano Lopes, disse que mesmo os pequenos e médios produtores podem se beneficiar da tecnologia por meio de cooperativas. “Tem muitas soluções que dão efetivos ganhos de produtividade”, disse.
Os debatedores entendem, entretanto, que as inovações devem estar integradas com as técnicas agrícolas, que são muito desenvolvidas no Brasil. “Quando se vai fazer uma jornada digital é preciso ter em mente aonde se quer chegar, uma clareza de objetivos”, afirma Lopes.
Quando se traz digitalização para o campo, diz Noce, os trabalhadores se especializam, os produtos ganham mais valor, ou seja, toda a cadeia é beneficiada. “As tecnologias embarcadas com o know how dos produtores são mais bem habilitadas”, opina Sana.
O Agrotic 2021 é organizado pela Momento Editorial, que publica o Tele.Síntese, em parceria com a ESALQtec.