Pallete, da Telefónica: Sem 5G ou fibra, não tem metaverso
O presidente da Telefónica, José María-Alvarez Pallete deu mais um duro recado à indústria da internet e aos reguladores europeus, defendendo que as empresas de telecomunicações sejam tratadas com mais equidade neste novo mundo que se constrói e destacando que, sem fibra, não existirá o metaverso.
“É preciso que se crie um ambiente que traga valor para todos. A digitalização é irreversível. O momento é de colaboração, mas demandamos respeito. Leis ultrapassadas devem ser revistas. Queremos ter os direitos iguais aos dos nossos competidores”, disse o executivo na abertura do Mobile World Congress 22, que é realizado em Barcelona e continuará até o dia 4 de março.
Ele assinalou que é a infraestrutura de telecomunicações que suporta as empresas de OTT (empresas de internet, como Google, e Facebook) e é essa infraestrutura que também vai suportar as novas apostas com mercado, como o metaverso e a internet de tudo. Para Pallet, enquanto o tráfego de dados cresce 50% ao ano, o retorno dos investimentos na infraestrutura para as operadoras de telecom é muito inferior a essa demanda.
Pallet, que assumiu este ano o papel de chairman da GSMA, entidade que promove o evento em Barcelona, defendeu a necessidade de se criar um pacto social que englobe digitalização como o alicerce para a redução das desigualdades e a manutenção da privacidade do cidadão. “Estamos vivendo uma nova era, e telecomunicações tem um papel central para que tudo funcione”.
O CEO da Vodafone, Nick Read, assinalou que a Europa está bem atrasada na implantação do 5G em relação aos países asiáticos. “90% da população da Coreia já tem 5G. A China já conta com 60% de sua população com este tecnologia. E a Europa não tem ainda 10% de sua população com 5G. Precisamos ampliar os investimentos para diminuir essa diferença”, afirmou.
Garantia de semicondutores
Durante o evento, os dirigentes das operadoras de celular também mostraram preocupação com o fornecimento de chips para os aparelhos de celular tanto de 4G como de 5G. Desde 2020, com o início da pandemia do Covid, a produção de semicondutores foi paralisada e ainda há grande problema na cadeia de fornecimento.
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