Padtec defende fomento à produção de equipamentos 5G 100% nacionais

CEO da Padtec, Carlos Raimar, diz que o fomento público ao 5G deveria prever também a produção local e estratégica de componentes de rede
Carlos Raimar, CEO da Padtec
Carlos Raimar, CEO da Padtec (Crédito: TV.Síntese)

A fabricante nacional de produtos para redes ópticas Padtec participou nesta terça-feira, 5, do INOVATIC Sul e aproveitou para defender uma estratégia de governo para o fomento à produção de equipamentos 5G 100% brasileiros.

O CEO Carlos Raimar Schoeninger ressaltou que é natural que a fabricante local de dispositivos para redes ópticas ingresse no mercado de quinta geração móvel, uma vez que as estações celulares serão conectadas por fibra.

“O 5G vai exigir muito mais DW [a conectividade óptica de baixa latência] lá na antena. Então, se o técnico já vai lá instalar, porque já não leva o componente 5G? A nossa ideia é trazer isso para fabricar no Brasil no longo prazo, e ter domínio tecnológico local, se tiver fomento”, observou.

Segundo ele, a Padtec tem uma estratégia de diversificação de produtos, daí a importância de lançar mão do fomento público ao 5G para entrar em novos segmentos. A companhia já tem recursos do Funttel garantidos para o desenvolvimento de inovações para as novas redes móveis.

Atualmente, a empresa é a única do hemisfério Sul com tecnologia própria e produção de equipamentos DWDM, um mercado avaliado em US$ 14 bilhões em todo o mundo.

“A ideia é ir ampliando o portfólio, indo além da óptica, por isso a escolha do 5G, do Open Ran, considero importante e estratégico como país ter capacidade local de produção. E há outros caminhos que fazem sentido para nós, como o de serviços. Temos uma ótima equipe de engenharia, desenvolvemos uma solução sem igual no mundo para o Exército se conectar através dos rios da Amazônia. Então, ter a capacidade de resolver problemas complexos aqui no Brasil é importante”, destacou.

O mundo como alvo

Raimar lembrou que a Padtec, como empresa aberta e listada na bolsa de valores, deve buscar mercados de escala para crescer e atrair investidores. Por isso, está levando DWDM para toda a América Latina, Europa, Norte da África e Ásia.

Na Europa, firmou acordo com a marca Televés para revenda de produtos e ingressou ainda no mercado de switches, feitos aqui e levados para o velho continente.

Ele contou no painel desta manhã no Inovatic Sul que a empresa dobrou a produção em 2020 e 2021 em razão da demanda dos ISPs, que fizeram encomendas para atender à digitalização das pessoas que foram para o home office.

Disse ainda que o mercado de transmissão segue aquecido. “Nunca houve redução de banda, os clientes sempre querem mais, a capacidade das redes só aumenta”, resumiu. Segundo ele, o metaverso vai inaugurar uma nova onda de incremento da capacidade das redes.

Mais velocidade e menor latência

O executivo também contou que a procura pelos sistemas de 400 G está crescendo. Para ele, a fase de expansão acelerada das redes dos ISPs deu lugar este ano a uma fase de incremento da qualidade. Assim, os provedores passaram a buscar transmissão mais veloz e baixa latência, uma vez que o cliente quer conectividade simétrica, com banda larga rápida tanto no download, quanto no upload de dados uma vez que cresceu o uso da videoconferência.

“Os gamers começam a reclamar da latência, os usuários de vídeo começam a ficar mais exigentes, então soluções simétricas ganham importância, pois senão o tráfego passa por um gargalo no ponto de troca de tráfego. Então notamos um salto em aplicações de mais banda, com mais capacidade de transporte. E isso também diminui o consumo por bit transmitido, trazendo eficiência”, observou.

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Rafael Bucco

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