Oposição cobra explicações de Pontes sobre viagem de assessora, e sócia, aos EUA
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, pode ter de voltar ao Congresso para explicar por que sua assessora na pasta e sócia em ao menos duas empresas viajou aos Estados Unidos para representar o Brasil em evento no qual o próprio Pontes estava presente, embora em licença não remunerada.
De ontem para hoje, 6, quatro pedidos de convocação do astronauta foram apresentados. Neles, os parlamentes querem não apenas mais informações sobre a viagem da assessora, bancada com recursos do governo, como também detalhes de sociedades entre o ministro e ela, e a mudança no comando do Inpe, que monitora e divulga dados sobre desmatamento no país.
Se os pedidos forem aprovados, Pontes será obrigado a comparecer em comissões para prestar esclarecimentos. Ele sempre atendeu convite dos parlamentares para falar sobre seus projetos.
Viagem e sócia
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) requereu que o ministro seja convocado a depor na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (CCTCI) para explicar a viagem aos Estados Unidos realizada pela assessora dele, Christiane Gonçalves Correa, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Institucionais do MCTIC. O requerimento deveria ser votado na reunião desta quarta-feira, 7, mas a sessão foi cancelada.
A assessora viajou para para participar de um evento ao qual Ponte também compareceu, embora estivesse em licença. Ambos são sócios há 19 anos em ao menos duas empresas. A deputada também quer entender porque Correa foi empossada no conselho da EBC na semana passada, como representante do ministério. Ela ganhará remuneração extra de R$ 3 mil a cada reunião mensal de que participar, somando aos R$ 13 mil que ganha como assessora do MCTIC.
A assessoria do ministério e o próprio ministro confirmam a viagem, mas negam irregularidades. Afirmam que a Correa foi ao evento nos EUA como representante do MCTIC, embora Pontes já estivesse lá. No caso, ele teria comparecido como astronauta, e não representante do governo brasileiro. Também alegam que ambos deixaram suas funções gerenciais nas empresas para assumir os cargos no ministério, atendendo a legislação.