Operadoras precisam criar ofertas de conexão por satélite, defende analista
Embora já disponível, a conexão via satélite será a próxima disrupção do mercado de internet. Acontece que, como os preços estão em queda, a modalidade deve se tornar, nos próximos anos, uma alternativa para as operadoras de serviços de telecomunicação.
A observação foi feita por Christopher Baugh, head da Northern Sky Research (NSR – unidade dedicada ao mercado satelital da consultoria Analysys Mason), em evento online na segunda-feira, 10.
Segundo Baugh, a tecnologia dos satélites vem se tornando mais relevante para as operadoras de internet. “O espaço representa uma nova era para as empresas de telecomunicações”, pontuou o especialista.
No período de 2020 a 2030, a NSR estima que a receita do setor aeroespacial some US$ 1,2 trilhão. No mesmo intervalo, 33 mil satélites devem ser lançados próximos à órbita terrestre. O tráfego de dados pode chegar a 570 EB (exabytes).
Além disso, o especialista destacou que as constelações (grupos de satélites que orbitam a Terra de forma sincronizada) próximas à órbita terrestre baixa favorecem o tráfego de dados.
“A latência, quando falamos em sinal, e os preços estão caindo significativamente”, afirmou Baugh. “O satélite está entrando na indústria de telecomunicações e se tornando mainstream”, opina.
Levantamento do centro de pesquisa mostra que os preços dos serviços de satélites por Mbit/s estão em queda desde 2017, com destaque para banda larga e backhaul (-70%). Os custos do tráfego de dados para vídeos (-44%) e de redes corporativas (-55%) também apresentam baixas significativas.
Ademais, o palestrante pontuou que, atualmente, os satélites oferecem 39 Tbit/s de capacidade global. A expectativa é de que a capacidade cresça a 172 Tbit/s em 2030.
Tendo isso em vista, algumas operadoras de serviços de telecomunicação começaram a fazer parcerias com empresas de satélites, como a Vodafone e a AST SpaceMobile.
“O 5G está reduzindo o atrito para serviços baseados no espaço, enquanto as constelações estão desbloqueando novos casos de uso e mercados”, salientou o head da NSR. “Há uma necessidade para que se defina estratégias espaciais agora”, complementou.