Operadoras disputam clientes dentro de universidades
Duas grandes operadoras anunciaram nesta semana contratos com universidades privadas. A Telefônica Vivo divulgou hoje, 28, que sua unidade corporativa, a Vivo Empresas, conseguiu como cliente a Uninove. Já a TIM avisou ontem a realização de parceria com a Estácio.
As empresas são tímidas nos detalhes de funcionamento dos acordos. Em ambos os casos a modelagem prevê que os alunos terão uma franquia de dados para acessar conteúdos das universidades. Mas há uma abordagem distinta do modelo de negócio.
No caso da Vivo, a Uninove vai fornecer chips pós-pagos corporativos da operadora com 5 GB de franquia por mês aos alunos e professores de cursos presenciais que precisarem acessar a internet. A instituição de ensino tem cerca de 150 mil alunos, e não informa quantos chips exatamente pretende distribuir.
“A Uninove, diante dos desafios impostos para o combate a pandemia do Covid-19 e comprometida com o seu corpo discente e docente, ampliou seus investimentos em tecnologia para que seus alunos permaneçam com acesso às aulas, em tempo real, ministradas pelos professores”, conta a profa. Dra. Renata Mahfuz Daud Gallotti, diretora dos cursos de Medicina da instituição.
Além da franquia, a universidade vai gerenciar remotamente de que forma os alunos e professores estão consumindo a franquia, “assegurando que o uso da internet seja apenas para o propósito da educação”, conforme o comunicado conjunto das empresas.
Estácio
No caso da TIM, o acordo prevê uma franquia maior, de 9 GB, a alunos da Estácio, instituição com mais de 570 mil alunos. A tele afirma que vai “ofertar” um produto especialmente para os alunos, dando a entender que os estudantes deverão contratar o serviço da operadora. A empresa não quis revelar mais informações. Diz apenas que a oferta é válida para novos e antigos estudantes.
A TIM já tinha, desde 2015, um contrato com a Estácio para a navegação gratuita pelas páginas e conteúdos da universidade. Esse contrato, com validade até novembro deste ano, permitia o acesso aos conteúdo dentro do limite de 300 MB por dia, de estudantes da universidade que já sejam também clientes da operadora. Diferente do modelo atual, que prevê a venda para novos clientes.
Mas a empresa não está sozinha na abordagem aos alunos da Estácio. A instituição de ensino tem uma espécie de marketplace de ofertas. Entre produtos de lojas de roupa, perfumes, varejo, estão os planos de diferentes serviços de telecomunicações.
A Vivo comercializa ali planos com franquias de 5GB a 17 GB, além de planos de banda larga fixa por fibra óptica com aumento promocional da velocidade contratada. A Oi faz o mesmo. Oferece ao alunos da universidade plano de banda larga por fibra, de 200 MB, sem taxa de instalação, WiFi e com um mês grátis. Nesse caso, é a oferta das teles mais visualizada pelos alunos da Estácio no marketplace de descontos, seguida das ofertas da Vivo e, depois, da TIM.