Huawei: operadoras devem abandonar conceito de velocidade na oferta de serviços
Barcelona* – Eric Xu, CEO rotativo da Huawei, foi um dos palestrantes a participar de painel sobre a importância do conteúdo, especialmente vídeo, para a geração de receita das operadoras de telecomunicações. Ele defendeu que as teles façam uma guinada na forma como vendem seus serviços de banda larga.
“É preciso focar na experiência do usuário. A rede é a força motriz da era do vídeo, mas a percepção do consumidor recai sobre o conteúdo, a qualidade da imagem, a percepção de dados ilimitados. O consumidor não percebe Mbps, Gbps, MB, GB, métricas muito intangíveis. As operadoras precisam migrar do modelo de tráfego de dados e velocidade para qualidade da experiência”, defendeu.
Não é de hoje que Huawei defende tal posição. A companhia chinesa criou em 2014 um índice capaz de avaliar a qualidade de transmissão pela internet (chamado vMOS), que mede não só velocidades, mas também a experiência do usuário.
“O tráfego em vídeo se tornou um serviço básico, e é um mercado trilionário. No ano passado, a receita mundial com VOD na América do Norte foi 1,5x maior que as bilheterias dos cinemas. O ARPU dos serviços de vídeo foi 2x maior que o ARPU dos serviços apenas de banda larga”, destacou. O fenômeno continuará a evoluir. Ano passado, 25% das receitas das operadoras, no mundo, teve origem no vídeo, ante 50% em dados. Para 2020, a proporção passará a 50% e 70%, segundo seus cálculos.
*O repórter viajou a convite da FS