Operadoras competitivas devem protagonizar M&A no Brasil nos próximos anos

Grandes vão buscar a infraestrutura construída pelas pequenas. Mais fundos de equity também vão desembarcar.

As operadoras competitivas e provedores regionais de acesso devem ser os protagonistas, nos próximos anos, de movimentos de fusão e aquisição. Devem, ainda, atrair inúmeros fundos de investimentos, que vão ajudar a organizar este mercado e profissionalizá-lo. Esta é a previsão do Santander, que destacou uma equipe apenas para observar e aconselhar tais movimentos.

Para o banco, as operadoras competitivas e os provedores regionais avançaram rapidamente sobre mercados inexplorados, deixando as gigantes tradicionais de orelha em pé.

“Toda essa discussão dos players regionais de capturar o mercado de banda larga deixou a turma incomodada porque capturaram mercado dormente e com infraestrutura quase impossível de as teles grandes replicarem, quando se fala em dinheiro. Então as grandes ou se preparam para ser parceiros ou para comprar essas empresas”, avalia Valder Nogueira, diretor  de pesquisa em equity no Brasil para o banco espanhol.

Para ele, a redefinição do marco regulatório do setor, com PLC 79 e alteração do spectrum cap abrem oportunidades entre os pequenos e aquecerão os negócios.  “Talvez haja mais valor fora das empresas negociadas em bolsa do que nas negociadas. Criou-se oportunidade gigantesca de eventos de fusões e aquisições ancorados na flexibilidade que a lei tá trazendo”, explicou, durante o Seminário TelComp 2018, realizado hoje em São Paulo.

Nogueira afirma que as grandes vão buscar oportunidade de olho na infraestrutura. “Em alguns casos vale mais buscar um competidor local com a infraestrutura, do que construir a própria. E podem ser parcerias de compartilhamento, também”, disse.

Para os analistas do Santander, novos fundos devem entrar no mercado brasileiro através da fusão dos pequenos. Mas vão exigir melhor governança. “Não basta plano de negócio de sucesso. A questão é como isso pode ser monetizado e percebido como algo sustentável. Deve ter estrutura societária simples, controles e processos, demonstrações financeiras auditadas, estar em conformidade fiscal e trabalhista, e ter em dia a conformidade dos projetos de rede”, ressaltou Bruno Lima, também do banco.

Já realizaram aportes em provedores regionais nos últimos dois anos fundos como Cartesian (Aloo Telecom), Patria (vogel), EB Capital (Sumicity), e GIC (Algar Telecom).

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Rafael Bucco

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