Operadoras começam a ampliar o limite de dados face ao crescimento do tráfego
O estudo Cisco Visual Networking Index (VNI) divulgado hoje pela Cisco mostrou uma tendência entre operadoras no exterior de ampliar o limite do uso de dados de seus pacotes para fazer frente ao crescente tráfego de banda larga. Esse comportamento, entretanto, ainda não está previsto para o Brasil que, por enquanto, discute como irá proceder para limitar o acesso do cliente quando a franquia de dados expirar.
Os exemplos no estudo são dos Estados Unidos, com AT&T e Comcast, e Optus e Foxtel, ambas na região Ásia-Pacífico. A AT&T está oferecendo a opção de dados ilimitados para clientes U-Verse (marca relacionada a pacotes triple pay). Para quem tem plano de 250 GB irá automaticamente ampliar para 300 GB ou 600 GB e os que possuem de 500 GB passam para 1 TB.
No caso da Comcast, além do aumento do limite de dados, a operadora lançou um serviço de streaming de serviço de TV paga por US$ 15 por mês cujo acesso via banda larga não será cobrado de seus assinantes. A Optus, por sua vez, está com oferta de dados ilimitados para todos os planos de banda larga seja via ADSL, cabo ou NBN (National Broadband Network).
A Foxtel decidiu mais que dobrar os planos de seus clientes sem cobrar mais nada por isso. Dessa forma, quem tem pacote de 100 GB automaticamente passará a contar com 250 GB, 200 GB irá para 500 GB mensais e de 500 GB expandirá para 1 TB mensal.
Para Giuseppe Marrara, diretor de relações governamentais da Cisco, alguns desses modelos não poderão ser replicados no Brasil, como o da Comcast que prevê tráfego livre na sua rede para clientes do Stream TV. “Esse caso não pode ser efetivado no Brasil por conta do Marco Civil e a questão do zero rating”, observou.
Mas a estratégia dessas operadoras deve ter se baseado em um estudo aprofundado do perfil de seus clientes e dos data caps utilizados, disse. Esse tipo de análise deveria ser feita pelas operadoras brasileiras para entender o perfil de seus clientes banda larga e quais as melhores maneiras de atendê-los, garantindo a fidelidade. “A concorrência acaba influenciando esse tipo de atendimento. Onde há competição o mercado vai bem”, afirmou o executivo.
Segundo o levantamento da Cisco, o tráfego de Internet no Brasil vai crescer 2,5 vezes entre 2015 e 2020, a uma taxa composta anual de 20% e atingindo 3,5 exabytes por mês em 2020 (acima do 1,5 exabyte por mês registrado em 2015).