Operadoras alertam que sem técnicos e call center setor pode parar

Sindicato está comunicando a governos estaduais e municipais sobre a prerrogativa de regulação do setor, inclusive para medidas de contenção do Covid-19, na esfera federal.

As operadoras de telecomunicações estão preocupadas com inciativas de estados ou prefeituras que possam colocar em xeque o funcionamento de call centers ou a atividade das equipes de manutenção. Por isso, nesta terça-feira, 24, o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil) emitiu comunicado no qual afirma que vem alertando autoridades de todas as esferas sobre a necessidade de manter as atividades de teleatendimento e manutenção preservadas de medidas de quarentena.

“O SindiTelebrasil está alertando Estados e municípios sobre a necessidade e urgência em manter suas equipes técnicas e os call centers em operação, ainda que de forma reduzida, para garantir a conectividade e como medida essencial para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus”, afirma a organização.

As empresas aprovaram a emissão no fim de semana do decreto presidencial 10.282/20 e da Medida Provisória 926/20, que definiram o setor como essencial neste momento, o que garante o deslocamento de funcionários. O decreto definiu como essenciais os serviços de internet e telecomunicações e a MP, nos parágrafos 8º a 10º, estabeleceu que, durante a pandemia, estes serviços serão regulados por normas federais, com a participação do órgão regulador, a Anatel.

“As limitações de serviços públicos e de atividades essenciais, inclusive as reguladas, concedidas ou autorizadas, somente poderão ser adotadas em ato específico e desde que em articulação prévia com o órgão regulador ou com o Poder concedente ou autorizador”, diz o texto.

Nos comunicados que o sindicato está enviando a prefeitos e governadores, o setor assegura que está adotando, além de medidas técnicas, medidas emergenciais para a garantia da saúde física e mental de seus colaboradores sem prejudicar o fornecimento do serviço e a relação com seus clientes. As operadoras são responsáveis por 308 milhões de acessos em todo o país, entre celulares, telefones fixos, pontos de TV paga e banda larga fixa.

“Não podem haver barreiras que limitem ou impeçam as atividades dos profissionais do setor de telecomunicações, sob risco de interrupção dos serviços de telecomunicações tão essenciais nesse momento”, diz o Sinditelebrasil.

Medidas de precaução

Como há equipes que precisam continuar a trabalhar e a se deslocar fisicamente, as teles afirmam que estão adotando medidas de prevenção entre atendentes de call centers e equipes de manutenção técnica. Abaixo, uma lista do que afirmam ter implementado:

• Ações direcionadas para reforçar o processo de higienização dos ambientes com o objetivo de reduzir os riscos de transmissão do COVID-19 nas dependências das empresas. E informativos com orientação e dicas de higiene e cuidados para evitar o contágio;

• Ações direcionadas para comunicar e orientar os colaboradores sobre prevenção e identificação dos sintomas do COVID-19;

• Ações direcionadas para salvaguardar a saúde dos colaboradores, especialmente os que fazem parte do grupo de risco, como gestantes, idosos, cardíacos, diabéticos;

• Implementação de home office para todo público administrativo e gradativamente para os operadores;

• Ações direcionadas para adequar estruturas de trabalho com o objetivo de reduzir os riscos de transmissão do COVID-19;

• Implementação de espaço de mais 1 metro entre os operadores (intercalando as PAs);

• Álcool em gel nas mesas dos supervisores e acessível aos colaboradores em todos os andares;

• Abertura de portas e janelas, quando a estrutura do prédio permite.

“Essas medidas estão sendo permanentemente reavaliadas e alinhadas pelas prestadoras com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), com a Anatel e com os demais entes governamentais”, afirma a entidade.

O setor firmou com a Anatel compromisso público, com medidas para manter o Brasil conectado, como garantir a continuidade no fornecimento dos serviços, uma reavaliação das políticas de cobranças, atenção especial para os serviços de saúde e segurança pública, além de zelar pela boa informação da população com acesso ao aplicativo do Ministério da Saúde e o envio gratuito de mensagens de alerta sobre o coronavírus, que já chegaram a 49 milhões.

Além disso, Algar, Claro, Oi, Sercomtel, TIM e Vivo passaram a atuar de forma conjunta para garantir a continuidade dos serviços de telecomunicações necessários ao enfrentamento da crise.

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Rafael Bucco

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