OpenRAN: Cade autoriza criação de sociedade entre NTT Docomo e NEC
A Superintendência-Geral do Cade aprovou a criação de uma joint venture entre as empresas japonesas NEC e NTT Docomo focada no mercado Open RAN, sem restrições e em rito sumário. A nova empresa vai utilizar a marca Orex e comercializar serviços de planejamento, produção e venda de soluções.
Segundo a NTT Docomo, a sociedade está alinhada a seu objetivo de “promover o acesso aberto a redes de rádio e efetivamente estabelecer estruturas de Open RAN em todo o mundo”. Já a NEC informou que entra no negócio com tecnologias de virtualização para os serviços comerciais e virtualização do domínio da rede de acesso de rádio (RAN).
Na prática, a NEC entrará com o software de 5G vRAN, enquanto a prestará os serviços de integração de sistemas. O negócio ainda precisa do crivo de outras autoridades antitruste mundo afora.
O objetivo da Orex é se tornar fornecedora de soluções OpenRAN de ponta a ponta. A empresa vislumbra fazer redes móveis para operadoras de telecomunicações brasileiras em um futuro próximo.
A JV vai comercializar soluções que devem abranger o planejamento de SMO (gerenciamento e orquestração), vRAN (virtualização de rede), construção, manutenção, operação e venda de equipamentos Open RAN.
O mercado OpenRAN global ainda é nascente. De acordo com relatório da QY Research utilizado como referência pela SG do Cade, o mercado brasileiro totalizou US$ 11,97 milhões em 2022 e estima-se que alcançará US$ 14,67 milhões em 2023, menos de 1% do global. “O que demonstra que o Open RAN ainda não é um mercado estabelecido no Brasil”, concluem os técnicos da autarquia.
A expectativa de NET e NTT é que as operadoras busquem mais o padrão, a fim de reduzir a dependência de soluções proprietárias. Samsung, Nokia e NEC são hoje as principais companhias na disputa pelo segmento, com até 20% de market share, segundo relatório do QY Research de 2023, mencionado pela SG do Cade.