Oi vende sua parte na operadora de satélites Hispamar
A Oi vendeu toda a fatia que detinha na operadora de satélites Hispamar para a sócia Hispasat por valor ainda não revelado. O negócio prevê a transferência de 19,04% do capital social, o que fará da empresa espanhola de satélies a única dona do negócio. A transação ainda precisa ser analisada e aprovada por Anatel e Cade para ser concluída.
A Hispamar é dona de três satélites, os equipamentos Amazonas 2, 3 e 5. Todos são geoestacionários e cobrem as américas, incluindo 100% do Brasil, com teleporto e centro de operações localizados no Rio de Janeiro. A frota de satélites é utilizada para a distribuição de conteúdos audiovisuais em banda C ou para soluções de televisão DTH (“Direct to home”, direto para casa, em inglês) em banda Ku.
Segundo a Hispasat, a compra do restante da Hispamar demonstra o quão importante para a companhia é o mercado brasileiro. O negócio é visto internamente como o mais importante em termos estratégicos desde 2001, quando a Hispamar foi criada a partir da aquisição do direito de exploração da posição orbital 61º Oeste. Desde então, a unidade brasileira se converteu em uma peça fundamental da atividade do grupo espanhol no continente americano, de onde provêm 60% da sua receita.
A compra se dá no momento em que a Hispamar planeja o lançamento de novo satélite, o Amazonas Nexus, previsto para ser colocado em órbita no final deste ano. Ele será utilizado na oferta de banda larga para a área rural, rodovias, aviação e embarcações nos corredores Norte e Sul do Atlântico e na Groenlândia.
Segundo Clovis José Baptista Neto, presidente da Hispamar, a compra reforça o papel da Hispasat no Brasil. “O país apresenta um enorme potencial para o desenvolvimento de soluções de comunicações por satélite e estamos dispostos a colaborar com os setores público e privado em projetos que proporcionem mais valor para a sociedade brasileira”.
Rodrigo Abreu, presidente da Oi, afirma que a venda representa mais um avanço no plano estratégico da companhia. “Trata-se de um ativo que estava previsto para alienação no aditamento ao Plano de Recuperação Judicial aprovado em 2020. É mais uma etapa que estamos cumprindo no processo de soerguimento e transformação da companhia”.