Oi vai vender mais de um imóvel por dia em 2025
Com a migração do serviço de telefonia fixa (STFC) para autorização, a Oi vai iniciar a venda de ativos que antes eram de difícil negociação por integrarem a lista de bens reversíveis da concessão. Será colocado em ação o “plano arrojado” do qual falaram os diretores da companhia na divulgação dos resultados do terceiro trimestre. Este plano prevê a alienação de mais de um imóvel por dia no ano que vem: serão ao menos 500 ao longo de 2025.
A meta é vender prédios, terrenos, edificações de forma a reequilibrar as contas – uma vez que o grupo passa por recuperação judicial. Segundo a empresa, com a medida, poderá “avançar em seu reequilíbrio econômico-financeiro”. No terceiro trimestre, a Oi informou ter uma dívida líquida, a valor justo, de quase R$ 8,96 bilhões.
Completo, o plano lista como disponíveis para venda mais de 7 mil imóveis, explica Daniel Hermeto, Vice-Presidente de Suporte aos Negócios da Oi. Não necessariamente todos integravam a concessão.
“Apesar de a empresa já ter alienado cerca de 80 ativos imobiliários nos últimos três anos — incluindo imóveis icônicos como a antiga sede no Leblon, no Rio de Janeiro, e a sede da antiga Brasil Telecom, em Brasília — o processo anterior era lento e burocrático”, explica o executivo.
Ele acrescenta que o desconhecimento de muitos investidores sobre a possibilidade de superar as condições de reversibilidade de um imóvel também afastava interessados, dificultando vendas competitivas de alguns dos ativos pela Oi.
De acordo com Hermeto, este é “um momento decisivo para a reestruturação e fortalecimento financeiro da empresa, que finalmente se vê livre das amarras de um legado que limitava sua competitividade e crescimento”.
Vale lembrar que a Oi já estava vendendo ativos desvinculados da concessão – como a Oi Fibra, a infraestrutura de rede óptica (transformada na V.tal), a Oi Móvel (dividida entre Claro, TIM e Vivo), além de negociar com credores a troca de dívida por bens, como já aconteceu com American Tower e SBA, ambas fornecedoras de infraestrutura passiva e que aceitaram receber parte dos créditos na forma de torres e terrenos.