Oi compra prestadoras de serviços de rede e reduz custos
Além do aumento na geração de caixa, a Oi comemorou na divulgação de seu resultado financeiro a diminuição dos custos operacionais, que encolheram 2,5% em um ano, somando R$ 4,6 bilhões no terceiro trimestre de 2016. Para os executivos da operadora, que está em recuperação judicial, esses fatos mostram que a tele é sustentável. Afirmam que, levando-se em conta a inflação de 8,5% do período, a queda nas despesas ultrapassa os 10%.
Ricardo Malavazi, diretor financeiro e de relações com investidores da Oi, falou a analistas nesta quinta-feira,10, que uma das principais ações da companhia para reduzir custos e, ao mesmo tempo, se tornar mais eficiente, foi incorporar prestadoras de serviços de rede – as chamadas PSRs.
Essas empresas estavam pulverizadas pelo país e prestavam serviços para a tele. Muitas, no entanto, enfrentavam dilemas financeiros, de treinamento, e o resultado era refletido nos índices de atendimento ao consumidor. Em outubro de 2015, pouco depois de sua maior crise no atendimento, a Oi comprou a primeira PSR, atuava na região do Rio de Janeiro. A ideia era ver o impacto sobre os índices de qualidade. Constatou queda no volume de manutenções na rede, no de reparos na casa do cliente, do Opex e um aumento de produtividade.
Considerando a iniciativa bem-sucedida, em maio deste ano e em junho, fez mais duas aquisições de empresas que prestavam o serviço terceirizado de manutenção, uma no Sul do país, outra que atendia Norte e Nordeste. Todas as empresas foram incorporadas à subsidiária Serede.
Hoje, a companhia afirma que 75% de sua manutenção é feita por empresas do Grupo Oi, e apenas 25% é terceirizado, um retrato incomum no setor de telecomunicações, onde impera a terceirização dos técnicos.
Desde a primeira incorporação, a Oi diz ter triplicado o volume de manutenções proativas na rede, o que derrubou em 14,3% a necessidade de fazer atendimentos na casa dos assinantes. Na conta final, a incorporação derrubou em 6,6% o Opex com manutenção, números de técnicos e materiais exigidos nos consertos. Ao mesmo tempo, a produtividade cresceu 20,3%.
“Neste trimestre reduzimos em 50% os custos com manutenção da rede, uma queda de mais de R$ 260 milhões. A consequência foi o aumento do Ebitda”, ressaltou Malavazi, durante a conferencia. Na esteira do novo modelo adotado, o executivo garante que houve melhora dos indicadores de experiência do cliente.
“Tempo de espera de resolução de defeito caiu 43%. Nas instalações dos serviços, o tempo médio caiu 60%. O cumprimento do agendamento melhorou 15%. Houve redução do volume de reclamações na Anatel: caiu de 38% em 2014 para 29% no final deste trimestre. E houve uma queda de 41,6% das reclamações específicas sobre motivos técnicos”, ressaltou.
Segundo Marco Schoroeder, diretor presidente da Oi, o reflexo é evidente. Setembro terminou com redução do churn (relação entre cancelamentos e aquisição de novos clientes). “Temos muito a evoluir, mas resultados são promissores”, resumiu. Segundo o balanço, a companhia foi capaz de ampliar os investimentos no ano, que foram até agora 14% maiores que em 2015, e deve terminar 2016 equivalendo a 18% da receita líquida.