Oi quer ao menos R$ 15,3 bilhões por ClientCo e V.tal

Oi estabelece preços mínimos para venda dos principais ativos operacionais que possui hoje. Após, ficaria com telefonia fixa, Oi Soluções, Serede e Tahto.

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O novo plano de recuperação divulgado hoje, 6, pela Oi, informa que a empresa vai vender a ClientCo, sua operação de banda larga fixa em fibra e a V.tal. A expectativa é levantar no mínimos R$ 15,3 bilhões com a venda destes ativos.

A ClientCo, estima a empresa, vale R$ 7,3 bilhões em caso de venda integral. Atualmente a Oi Fibra tem cerca de 4 milhões de clientes.

Além da base de clientes, a ClientCo reúne contratos de uso da rede de fibra da V.tal, equipamentos instalados nas casas dos clientes estimados em R$ 1,6 bilhão, acordos com Nokia, Huawei, Accenture, Fico, Salesforce, Oracle, Everis, Pagseguro e Skyline para uso de aplicações, ferramentas ou plataformas desses desenvolvedores. Há ainda contratações com call centers (Liq, AeC).

Os interessados em participar do leilão da ClientCo. deverão pagar R$ 1,8 bilhão no ato. Anatel e Cade precisam autorizar a venda.

Venda das ações na V.tal

Atualmente a Oi tem 31,21% de participação no capital social da V.tal. O restante pertence a fundos geridos pelo Banco BTG Pactual. A participação deve cair a 17%, conforme a EY, em laudo anexado à documentação. Estes 17% têm valor mínimo de R$ 8 bilhões. A tele também fará um leilão para vender a participação. Mas depende de aval da Anatel, pois o ativo está em parte atrelado à concessão de telefonia fixa.

Nos materiais, a Oi dá como certa a migração da concessão do regime público para o privado, sem ônus, pois chegará a acordo nas negociações por consenso que vem travando junto à Anatel no Tribunal de Contas da União.

Segundo Rodrigo Abreu, a solução para a concessão, no entanto, virá antes da venda do ativo. “A restrição à venda das ações da V.tal se refere à manutenção da condição de grupo econômico, e tem relação apenas com as obrigações e discussões da concessão. Como o plano prevê 1. o acordo para a adaptação de concessão para autorização até antes do final do prazo da concessão, e 2. a venda da participação da Oi na V.tal em prazo bastante posterior à adaptação, não existe nenhuma restrição para a execução do plano como proposto. Caso exista, em alguma hipótese, a devolução da concessão, os contratos entre a companhia e a V.tal, que tiveram a sua celebração anuída pela Anatel, contêm mecanismos para fazer com que a parcela reversível dos ativos atrelados à concessão sigam podendo ser utilizadas pela concessão no conceito da nova Lei Geral de Telecomunicações, sem prejuízo à capacidade da V.tal de seguir operando a parcela majoritária dos ativos de uso misto em suas operações regulares”, afirma em resposta a pergunta do Tele.Síntese.

Todo o montante levantado com a venda de ClientCo e V.tal será utilizado para pagar os credores que aplicaram dinheiro novo na companhia, e os demais conforme o que houver de sobressalente.

Após as vendas, a Oi manterá como ativos operacionais a concessão de telefonia fixa, a Oi Soluções, a Serede (empresa de atendimento e instalação) e Tahto (call center).

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Rafael Bucco

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