Oi fará piloto com a Mob Telecom para operação conjunta de rede de fibra

Projeto prevê migração de clientes de banda larga em cobre da Oi para o FTTH da Mob, que terá acesso ao backbone óptico da Oi

A Oi e a Mob Telecom firmaram um memorando de entendimento para a operação conjunta de projetos de internet via fibra. O acordo prevê acesso, por parte da Mob, ao backbone da Oi em cidades do Norte e do Nordeste.

Ao mesmo tempo, a Mob se torna responsável por todas as etapas dos serviços aos clientes, como atendimento, oferta de produtos, canais de venda, faturamento e cobrança, além da instalação da última milha de fibra até a residência. Com isso, clientes de cobre (aDSL) da Oi serão migrados aos poucos para a rede de fibra óptica (FTTH) da Mob.

“Nosso plano estratégico prevê aproveitar o footprint de fibra que temos para conectar os clientes. Onde não é possível fazer a conexão fim a fim [do backbone à rede de acesso], iremos com o atacado, vendendo a capacidade para o provedor regional ou no modelo de franquia”, explica Carlos Eduardo Medeiros, diretor de regulamentação, atacado e assuntos institucionais na Oi. O plano estratégico da companhia foi divulgado em julho de 2019.

Segundo Salim Bayde, CEO da Mob Telecom, a parceria elevará a qualidade das conexões no Norte e Nordeste do país. A operadora regional está presente em 15 estados do país, com atuação forte nos segmentos B2B, Wholesale e de banda larga em pequenas e grandes cidades. “A nossa intenção é melhorar percepção de tráfego entre clientes residenciais e PMEs. O acesso ao backbone da Oi dará maior robustez e redundância a nossas redes”, fala.

A parceria contribui para guinada da Oi, que passa por recuperação judicial. Enquanto a Mob fortalece sua infraestrutura ao obter acesso ao backbone nacional da Oi, a Oi consegue extrair valor de ativos em cidades onde, atualmente, registra Opex maior que receita. O modelo de franquia permitirá, ainda, à concessionária rever o investimento nas redes de acesso, uma vez que os franqueados vão assumir a expansão do FTTH.

Vale lembrar que as empresas já têm um modelo de parceria de sucesso no segmento de B2B desde 2018, com o projeto de conectividade do Banco do Nordeste, entregue em 2019.

Novos mercados para a Oi

O modelo também abre oportunidades para Oi, que entra em um novo ciclo no mercado de atacado. O objetivo da companhia é garantir um mix de receitas no segmento não-regulado em áreas como conexões IP, “Fiber to the City”, “Fiber to the ISP” e “Fiber to the Tower”, que devem ter crescimento expressivo com a expansão da banda larga de alta velocidade em fibra e do 4,5G e 5G.

“A infraestrutura de rede de fibra óptica da Oi garante à companhia enorme capilaridade e capacidade de atender o mercado com abrangência e resiliência inigualáveis. Essa infraestrutura, não replicável, constitui um diferencial estratégico que possibilita à Oi uma qualidade superior no atendimento a empresas prestadoras de serviços de telecomunicações, provedores de internet e empresas de infraestrutura envolvidas na cadeia de prestação desses serviços, e pretendemos intensificar a captura de oportunidades proporcionadas por essa vantagem competitiva”, explica o CEO da Oi, Rodrigo Abreu.

Em uma segunda etapa, a Oi prevê uma evolução para o modelo mais tradicional de franquia, no qual além de ter acesso ao uso da rede e transmissão da Oi, o parceiro terá direito ao uso da marca e portfólio padronizado da Oi, que também será responsável pelas áreas de atendimento, faturamento e cobrança.

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Rafael Bucco

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