Oi espera receber “muito mais” que o preço mínimo definido pela unidade de fibra
A divulgação pela Oi nesta madrugada de uma revisão da proposta de aditamento do plano de recuperação judicial pegou executivos do mercado de surpresa por estabelecer o preço mínimo para a unidade de infraestrutura óptica, a Infraco, em R$ 20 bilhões.
Isso porque o valor é inferior ao estimado na proposta original do aditamento, divulgada em junho. Na ocasião, a Oi não estabeleceu um preço mínimo, mas disse que pretendia receber pelo menos R$ 6,5 bilhões por 25,5% do capital social da Infraco. Fazendo as contas, para 100% da empresa tem-se valor de mercado de R$ 26 bilhões.
A proposta da madrugada traria um desconto de R$ 6 bilhões frente a proposta inicial, certo? A resposta de Rodrigo Abreu, CEO da Oi, aos analistas de mercado foi: “Não”.
Segundo ele, o valor de R$ 20 bilhões não diz respeito a equity (participação social), mas ao valor econômico do ativo. Foi estabelecido para permitir que os credores vislumbrem um montante mínimo que a companhia vai receber por vender uma parte e o que restará à Oi como sócia do empreendimento.
Abreu explicou que este preço se baseia na média das ofertas recebidas na primeira fase do processo de venda do ativo, encerrada na última semana, na qual foram entregues propostas não vinculantes. Ele espera que o comprador arremate a Infraco por “significativamente mais”.
“Temos a obrigação de definir um número, e por isso fomos para o meio do range. Com valor no meio do range, teremos mais participantes [no leilão]”, justificou Abreu.
Pela proposta de hoje, tem-se que o comprador de 25,5% da Infraco vai desembolsar pelo menos R$ 9 bilhões. Terá que pagar uma dívida de R$ 2,42 bilhões com as outras empresas do grupo e uma parcela secundária de R$ 6,5 bilhões, que poderá ser dividida em três anos. Além disso, terá de se comprometer a aportar em capex até R$ 5 bilhões adicionais.