Oi espera elevar Capex para R$ 7 bi, se aprovado o plano de capitalização

Presidente da Oi afirma que dinheiro seria investido no core da rede, infraestrutura móvel e FTTH. Promete ainda prolongar disputa com a TIM no EILD e abrir canais de venda na internet, modelo "pouco explorado" pela indústria de telecom brasileira, em sua opinião. Tele prepara também reajustes de preços de seus planos ainda neste trimestre.

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O presidente e CEO da Oi, Marco Schroeder (foto), afirmou que espera elevar os investimentos da companhia em R$ 2 bilhões, caso a proposta de capitalização da companhia seja aprovada por Anatel e credores. Somado ao Capex atual, da ordem de R$ 5 bilhões, a empresa passaria e investir R$ 7 bilhões ao ano, por pelo menos três anos.

O executivo participou nesta manhã da conferência de resultados trimestrais com analistas. No segundo trimestre, a operadora voltou a amargar aumento do prejuízo, impactada pela variação cambial.

“Já temos hoje um nível adequado de Capex, de R$ 5 bi por ano. A gente acredita que o aumento de capital de R$ 8 bi, o Capex iria para R$ 7 bilhões por ano. Já identificamos projetos importantes, cujo investimento traria impacto positivo no caixa da Oi: cobertura móvel, aumento de cobertura FTTH, para além de Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e digitalização das operações”, falou.

Recuperação Judicial

Ainda incerta, a capitalização da operadora foi posta como essencial para que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não intervenha na tele. Segundo Schroeder, a negociação está sendo travada com credores e acionistas. A intenção é garantir a entrada de dinheiro novo após a reestruturação da dívida, mantendo a capacidade de investimento da empresa.

Ele afirmou que há apoio de importantes grupos de bondholders e dos acionistas à proposta, que será levada à assembleia geral de credores. Mas, em julho, ele previa aprovar o plano de recuperação ainda em setembro. Agora já admite passar deste prazo. “Esperamos realizar a assembleia entre setembro e outubro deste ano”, falou.

Para o executivo, a recuperação judicial não teve impacto algum na percepção do cliente pré-pago sobre o negócio. “Talvez tenha havido algum impacto no B2B, mas vemos que a maior queda da receita nesta área se dá por redução de contratos com governos municipais e estaduais”, frisou.

Competição

Schroeder avisou que a Oi se prepara para prolongar o litígio em torno do EILD. Recentemente a TIM obteve na Anatel o direito de pagar o valor de referência pelo uso de rede no atacado. A Oi queria que prevalecesse o preço de contrato, firmando antes da definição do valor de referência pela agência. O executivo da Oi ressaltou que as operadora fez aportes em infraestrutura de atacado, e que a decisão da agência é um “desestímulo às empresas” que queiram investir no segmento.

Ele também antecipou que a operadora prepara uma série de reajustes de seus planos no terceiro trimestre do ano. Tal medida, espera, terá reflexo nos resultados futuros. Outra medida para o semestre será o lançamento de venda de serviços pela internet, de forma totalmente digital. “Teremos, então, um forte impacto de vendas online. Vamos lançar uma série de iniciativas. Achamos que a indústria de telecom não explora este meio direito”, afirmou.

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Rafael Bucco

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