Oi: aumento de capital acontece ainda este ano

Companhia prevê terminar a conversão de dívida em equity já neste trimestre. Em um ano, a quantidade de ações emitidas passará de 676 milhões para 5,65 bilhões.

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A Oi realizou hoje (13) pela manhã a audioconferência dos resultados de 2017. Na ocasião, os executivos forneceram um cronograma estimado da recuperação judicial pela qual a companhia passa. Neste trimestre ainda esperam obter o reconhecimento do plano de RJ no exterior e executar a conversão de dívida em ações. Depois, no segundo semestre, acreditam, será possível aumentar o capital – embora pelos os termos da RJ, o aumento possa ser feito até fevereiro de 2019.

Na quarta-feira (11) a companhia emitiu fato relevante no qual informava que bondholders qualificados (aqueles que podem trocar dívida por equitity) aceitaram participar do programa. R$ 8,46 bilhões serão convertidos, representando uma diluição total de 72,12% do atual capital.

Cálculos do aumento

Carlos Brandão, CFO da Oi, detalhou hoje como espera que a diluição e o aumento de capital aconteçam. Pelas suas contas, a Oi, que hoje tem 676 milhões de ações emitidas, passará a ter o equivalente a 2,42 milhões depois da conversão. Com isso, o valor por ação será de R$ 1,24 (R$ 3 bilhões do valor de mercado quando do fechamento da RJ dividido pelas ações após a conversão).

O aumento de capital pretende injetar mais R$ 4 bilhões na companhia. Para tanto, a R$ 1,24 por ação, serão emitidas mais 3,23 milhões de ações. Ao todo, a companhia vai passar das 676 milhões de ações em circulação hoje para nada menos que 5,65 bilhões de ações após todo o processo.

Com isso, o patrimônio líquido da companhia, que terminou 2017 R$ 13,5 bilhões negativo, reverteria. Passaria a R$ 28 bilhões.

Brandão afirma que tudo isso já estava delineado no plano de recuperação e tem apoio dos credores. Sua estimativa é de que o grupo encerre 2018 com caixa de R$ 6,18 bilhões, e amplie os investimentos anuais a R$ 7 bilhões ano para fazer frente à competição.

Anatel

Carlos Eduardo Medeiros, diretor de regulação da Oi, afirmou ainda que a empresa pode rever a forma como tratará os créditos da Anatel. As dívidas com a agência foram incluídas no plano de recuperação judicial. Mas ainda há no governo discussões sobre possível lei para o tratamento de dívidas de empresas com o poder pública.

“Se tiver nova norma legal, a Oi irá avaliar, sim, a possibilidade de optar pela mesma, caso seja factível dentro do fluxo de caixa”, disse o executivo. Ele também espera que o PGMU IV autorize o investimento em backhaul em vez de orelhões, o que a seu ver seria benéfico para a empresa por autorizar a troca do aporte em um serviço deficitário por infraestrutura essencial para melhoria dos demais.

Já Brandão, o CFO, afirmou que a tele conversa com os credores sobre um “waiver” para a cláusula do plano de RJ que condicionava o aporte de dinheiro novo à solução do conflito com a Anatel.

 

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Rafael Bucco

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