Oi aumenta valor de venda da rede neutra. Maior do que a operação móvel

A Oi divulgou na madrugada de hoje, 14, o aditivo à proposta do Plano de Recuperação Judicial lançado em 16 de junho do mês passado. Entre as mudanças, anuncia a venda de mais uma infraestrutura -a de TV por assinatura via satélite e a elevação do preço mínimo de venda da InfraCo, sua unidade de rede de banda larga no atacado e no varejo, para R$ 20 bi. Confirma o leilão das operações móveis para dezembro deste ano.

A Oi divulgou na madrugada de hoje, 14, o aditivo à proposta do Plano de Recuperação Judicial lançado em 16 de junho do mês passado. O aditivo traz importantes alterações frente ao que já foi proposto. Entre elas, anuncia a venda de mais uma infraestrutura -a de TV por assinatura via satélite, o DTH. Avisa também que elevou sensivelmente o preço mínimo de venda da InfraCo, ou sua unidade de rede de banda larga no atacado e no varejo, para R$ 20 bilhões. Confirma ainda o leilão das operações móveis para dezembro deste ano, e explicita a sua  proposta de pagamento aos credores financeiros, que estavam bastante insatisfeitos com o  “hair cut” de 60% da dívida

Uma guinada significativa nesse aditivo é a reavaliação dos ativos de sua rede fixa de banda larga, a unidade UPI. Fica mantida a proposta de venda entre   25,5% a 51% do valor econômico da empresa. Mas o preço mínimo, antes calculado em R$ 6,5 bilhões saltou para R$ 20 bilhões. A empresa justifica essa reavaliação devido ” à ampla demanda pelo ativo na fase preliminar do processo”. Segundo a Oi haverá a disputa concorrencial pelo controle da empresa, ou seja pelos 51% das ações ON.

A empresa informa também na apresentação de seu plano, que irá promover o leilão de venda das operações celulares em dezembro deste ano. Com o preço mínimo inicial de R$ 15 bilhões a Oi informa no novo comunicado que recebeu proposta superior a essa. Comenta-se no mercado que as três bells (Claro,TIM e Vivo) teriam aumentado a proposta e ofertado R$ 16,5 bilhões, e que a Highline, primeira a ter sua proposta avaliada, não ultrapassou o preço mínimo.

Mas a vendedora quer disputa e reforça, no seu posicionamento, que a  venda será pelo
maior valor, ou, a critério da Oi, para oferta até no máximo “5% inferior à maior oferta, caso a mesma apresente menor risco de execução e aprovações”. Assinala ainda que o “stalking horse”, ou o grupo que terá preferência em cobrir a proposta do outro será definido até antes da assembleia, marcada para o dia 8 de setembro. 

Novo ativo à venda

A operadora criou a quinta unidade separada para ser vendida, a UPI TVCO e quer R$ 20 milhões pelos clientes, infraestrutura e os equipamentos de seu DTH. Quer também que o comprador assuma o compromisso de utilização da capacidade satelital até 2027, além de manter as obrigações para  aprestação do SeAC (Serviço de TV paga, que tem várias obrigações regulatórias.

Ainda, o comprador dessa unidade deve compartilhar 50% sobre as receitas líquidas de IPTV prestadas pela TVCo para clientes das recuperandas.

Demais ativos

A empresa confirma ainda que recebeu oferta vinculante da Higline de Oferta vinculante de
R$ 1,07 bi da Highline  por 637 torres da móvel e 222 sites indoors (infraestrutura passiva
em shoppings, hotéis e outros), mantido o direito da Highline  de igualar maior oferta do leilão (“Right to match”) por ser stalking horse com a maior proposta vinculante recebida durante processo de M&A conduzido pela empresa.

E também que os seus cinco data centers receberam oferta vinculante  R$ 325 milhões para 100% das ações da Piemont Holding. No leilão, essa empresa também será a “stalking horse”.

Leia o aditivo da Oi:

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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