Oi anuncia recompra de R$ 3,7 bilhões da dívida

A Oi avisa que recompra das notes que vencem em 2026 e somam US$ 800 milhões vai até 20 de abril. Procedimento já era previsto e dependia apenas da venda da Oi Móvel às rivais TIM, Vivo e Claro.
Crédito: Freepik
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A Oi iniciou a recompra de US$ 800 milhões em títulos de dívida (notes) que vencem em 2026. A empresa comunicou a operação nesta manhã, 13, logo após avisar que a venda da Oi Móvel às rivais TIM, Vivo e Claro ganhou data de conclusão. Ao câmbio de hoje, US$ 800 milhões significam R$ 3,7 bilhões.

A dívida da companhia no terceiro trimestre de 2021 se aproximava de R$ 30 bilhões. Os números do quarto trimestre de 2021 serão divulgados na próxima semana.

A Oi, que vai receber cerca de R$ 16,5 bilhões pela unidade móvel, diz que a recompra será paga em dinheiro. Todas as notes que vencem em 2026 e têm juros de 8,75% serão, assim, retiradas do mercado. Quando emitiu estas notas, a Oi se comprometeu com os credores a recomprá-las tão logo vendesse sua operação celular.

Originalmente, cada note tinha valor principal de US$ 1 mil. A Oi vai pagar na recompra US$ 1.029,17, além dos juros acumulados e ainda não pagos. A Oferta Pública de Aquisição das notes será encerrada às 17h00, horário de Nova York, em 20 de abril de 2022 – mesma data da conclusão da venda da Oi Móvel.

Recuperação judicial próxima do fim

Com as transações informadas hoje, o fim da recuperação judicial da Oi fica cada vez mais próximo. O mês limite atualmente estipulado pelo juiz Fernando Viana, da 7ª vara empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, é maio.

Resta apenas um grande negócio ser concluído pelo grupo Oi: a venda do controle da V.tal a fundos geridos pelo banco BTG Pactual, à Globenet (do BTG) e ao GIC, fundo soberano de Singapura. A transação vai acrescentar mais R$ 12,7 bilhões ao caixa da Oi.

Ao fim da recuperação judicial, a Oi será composta dos ativos relacionados à concessão de telefonia fixa em todo o Brasil (exceto São Paulo, Londrina e áreas de Minas Gerais); terá ainda a carteira de clientes de banda larga fixa em cobre e fibra óptica; e fatia relevante da V.tal, que nasceu com valor de mercado acima de R$ 20 bilhões e, segundo Rodrigo Abreu, presidente da Oi, vai dobrar de valor em uma década.

O Grupo Oi tem valor de mercado hoje estimado em R$ 51,23 bilhões. Segundo dados de fevereiro da Anatel, a empresa tem 5,15 milhões de clientes de banda larga fixa, dos quais, 3,79 milhões já utilizam acessos em fibra óptica.

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Rafael Bucco

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