Oi vai usar G.Fast em nichos, expandir banda larga vDSL2 e por fibra

Segundo diretor de tecnologia de rede Pedro Falcão, custo alto do G.Fast não permite sua massificação. Atendimento em massa de banda larga com mais de 10 Mbps vai acontecer levando fibra se não até a casa do cliente, pelo menos o mais perto possível.

Pedro_Falcao_junho_2015-oi-diretor-redesA Oi ainda testa, em piloto, a conectividade G.Fast no Brasil. A operadora acredita que a tecnologia deve ser usada por aqui para atender a nichos no segmento corporativo. O motivo para isso é o preço. Os indicadores mostram que implementar o G.Fast sai mais caro que recorrer à fibra quando a ideia é massificar as conexões em áreas de grande densidade, mas sai mais barato para conexões isoladas.

“Estamos direcionando o G.Fast para o mercado empresarial. Por enquanto, temos clientes na casa de dois dígitos, todos no Rio de Janeiro”, diz Pedro Falcão, diretor de Tecnologia de Rede e Sistemas da Oi. Segundo ele, a oferta comercial do produto deve passar a ser feito no final de 2017. Ontem, a operadora reinaugurou centro de operações de segurança, em São Paulo, voltado para soluções de segurança B2B.

A demora para colocar a tecnologia em seu portfólio tem razão de ser. O G.Fast transmite apenas dados por cobre, e inviabiliza a realização de chamadas analógicas pela linha fixa. “Temos que desenvolver o produto em termos de sistemas, para que a voz seja toda por IP. Faz sentido não apontar para o varejo porque o G.Fast é mais caro que o FTTH, então não é algo para por na rua”, diz Falcão, se referendo a um lançamento em massa.

Fibra
Significa que a Oi vai investir cada vez mais em fibra para entregar sua banda larga. A intenção é usar FTTC, em que a fibra chega perto, mas não próximo do usuário. Dali, a conexão segue pelo cobre. Em alguns casos, por meio do padrão vDSL2. “É uma tecnologia mais sensível à degradação dos cabos e ruído externo, que não foi fácil desenvolver. Mas agora atingimos níveis de aproveitamento idênticos ao do ADSL”, afirma o executivo. ADSL é, ainda, a principal tecnologia de conexão à internet no varejo da operadora.

A chegada da fibra diretamente à casa do cliente, FTTH, também vai acontecer. A Oi deve usar o modelo adotado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde tem “três dígitos” de domicílios nos quais a fibra chega. “A expectativa é aproveitar o FTTH para modernizar as redes locais, o que leva a redução de custos”, acrescenta.

Segundo Falcão, 22% da base de usuários da Oi já poderiam ser atendida com vDSL, e desses, 20% deverão receber a tecnologia de forma híbrida, mesclando o FTTC e o vDSL. Atualmente, dos 45 milhões de domicílios que a Oi poderia atender nos mais de 4,7 mil municípios em que atua, 60% poderiam receber conexão acima de 10 Mbps, e 22%, acima dos 15 Mbps (vDSL2).

“Como? Com um backbone IP novo, que inauguramos em fevereiro e tem 30 mil km, ligando o Nordeste ao Sul do país”, ressalta. O próximo passo da operadora em infraestrutura é concluir a arquitetura de rede single edge, que vai, grosso modo, definir três modelos de tráfego de dados IP: banda larga, móvel e corporativo. “Vamos colocar 500 roteadores single edge em três anos, cobrindo 50% de toda a nossa rede. Terminaremos este ano com 120 deles instalados”, completa. Este backbone OTN já tem capacidade de 100 Gbps e foi implementado pela Nokia (Alcatel-Lucent).

Falcão diz a Oi passou por uma grande atualização de sua infraestrutura nos últimos três anos. Nesse período, 30% os sites foram atualizados, e 75% dos equipamentos de rede móvel são hoje single RAN, ou seja, capazes de entregar simultaneamente 2G, 3G e 4G. Ele também frisa que a Oi é a única operadora em toda a América Latina a ter base de dados dos clientes unificada. Todas esse esforço para atender à demanda crescente por dados. “O tráfego cresce 40% ao ano em nossa rede”, lembra.

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Rafael Bucco

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