Oi vai usar G.Fast em nichos, expandir banda larga vDSL2 e por fibra
A Oi ainda testa, em piloto, a conectividade G.Fast no Brasil. A operadora acredita que a tecnologia deve ser usada por aqui para atender a nichos no segmento corporativo. O motivo para isso é o preço. Os indicadores mostram que implementar o G.Fast sai mais caro que recorrer à fibra quando a ideia é massificar as conexões em áreas de grande densidade, mas sai mais barato para conexões isoladas.
“Estamos direcionando o G.Fast para o mercado empresarial. Por enquanto, temos clientes na casa de dois dígitos, todos no Rio de Janeiro”, diz Pedro Falcão, diretor de Tecnologia de Rede e Sistemas da Oi. Segundo ele, a oferta comercial do produto deve passar a ser feito no final de 2017. Ontem, a operadora reinaugurou centro de operações de segurança, em São Paulo, voltado para soluções de segurança B2B.
A demora para colocar a tecnologia em seu portfólio tem razão de ser. O G.Fast transmite apenas dados por cobre, e inviabiliza a realização de chamadas analógicas pela linha fixa. “Temos que desenvolver o produto em termos de sistemas, para que a voz seja toda por IP. Faz sentido não apontar para o varejo porque o G.Fast é mais caro que o FTTH, então não é algo para por na rua”, diz Falcão, se referendo a um lançamento em massa.
Fibra
Significa que a Oi vai investir cada vez mais em fibra para entregar sua banda larga. A intenção é usar FTTC, em que a fibra chega perto, mas não próximo do usuário. Dali, a conexão segue pelo cobre. Em alguns casos, por meio do padrão vDSL2. “É uma tecnologia mais sensível à degradação dos cabos e ruído externo, que não foi fácil desenvolver. Mas agora atingimos níveis de aproveitamento idênticos ao do ADSL”, afirma o executivo. ADSL é, ainda, a principal tecnologia de conexão à internet no varejo da operadora.
A chegada da fibra diretamente à casa do cliente, FTTH, também vai acontecer. A Oi deve usar o modelo adotado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde tem “três dígitos” de domicílios nos quais a fibra chega. “A expectativa é aproveitar o FTTH para modernizar as redes locais, o que leva a redução de custos”, acrescenta.
Segundo Falcão, 22% da base de usuários da Oi já poderiam ser atendida com vDSL, e desses, 20% deverão receber a tecnologia de forma híbrida, mesclando o FTTC e o vDSL. Atualmente, dos 45 milhões de domicílios que a Oi poderia atender nos mais de 4,7 mil municípios em que atua, 60% poderiam receber conexão acima de 10 Mbps, e 22%, acima dos 15 Mbps (vDSL2).
“Como? Com um backbone IP novo, que inauguramos em fevereiro e tem 30 mil km, ligando o Nordeste ao Sul do país”, ressalta. O próximo passo da operadora em infraestrutura é concluir a arquitetura de rede single edge, que vai, grosso modo, definir três modelos de tráfego de dados IP: banda larga, móvel e corporativo. “Vamos colocar 500 roteadores single edge em três anos, cobrindo 50% de toda a nossa rede. Terminaremos este ano com 120 deles instalados”, completa. Este backbone OTN já tem capacidade de 100 Gbps e foi implementado pela Nokia (Alcatel-Lucent).
Falcão diz a Oi passou por uma grande atualização de sua infraestrutura nos últimos três anos. Nesse período, 30% os sites foram atualizados, e 75% dos equipamentos de rede móvel são hoje single RAN, ou seja, capazes de entregar simultaneamente 2G, 3G e 4G. Ele também frisa que a Oi é a única operadora em toda a América Latina a ter base de dados dos clientes unificada. Todas esse esforço para atender à demanda crescente por dados. “O tráfego cresce 40% ao ano em nossa rede”, lembra.