Oferta vinculante por data centers da Oi veio da Piemonte Holding

Empresa já possui ativos de data center em Brasília e tem como plano terminar o ano com uma federação de unidades espalhadas pelo país.

A Piemonte Holding, instituição financeira especializada no aporte em empresas de infraestrutura, é responsável pela proposta de aquisição dos cinco data centers atualmente de titularidade do Grupo Oi.

A transação passará agora pelo crivo da assembleia geral de credores e por um leilão judicial, e seu fechamento depende, dentre outras condições costumeiras a operações do tipo: da homologação judicial do Aditamento ao Plano de Recuperação Judicial do Grupo Oi; da efetiva realização e conclusão do leilão judicial; e da homologação do resultado do leilão judicial declarando o veículo de private equity da Piemonte como vencedor.

Assessorado pelo Bank of America, o Grupo Oi segregará os ativos-objetos da operação em uma UPI (Unidade Produtiva Isolada), que incluirá ativos operacionais da Oi S.A., da Oi Móvel S.A., da TELEMAR NORTE LESTE S.A e da Brasil Telecom Comunicação Multimídia S.A. A estrutura de UPI garante maior proteção aos veículos de investimento da Piemonte Holding contra potenciais riscos da recuperação judicial do Grupo Oi, explica o fundo.

Já na área

A Piemonte Holding possui a Elea Digital, braço de investimento em data center, que já tem aporte realizado na GBT S.A., de Brasília. Este data center é dedicado a serviços financeiros e tem a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil como clientes.

Os cinco novos data centers que poderão passar a fazer parte da Elea Digital estão localizados em Curitiba, Porto Alegre, São Paulo e Brasília, com duas unidades. Se implementadas as condições mencionadas, a conclusão da transação deve acontecer nos próximos meses, e tornará a Elea Digital uma holding com ativo total de mais de R$ 1 bilhão.

Para Alessandro Lombardi, CEO da Piemonte Holding e gestor de investimentos do grupo, a potencial compra dos novos centros de processamentos de dados permitirá ampliar a área geográfica de atuação. “Vamos triplicar nossa presença em Brasília e começar a atuar em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além de também estarmos com outros investimentos em curso em Fortaleza, no Ceará”, diz.

O projeto da Elea é construir uma federação nacional de data centers. A holding teve um lucro líquido de aproximadamente R$ 50 milhões em 2019.

Já o diretor de investment banking da Piemonte Holding, Vinícius Braga, explica a estratégia do veículo de private equity que norteou a transação com Oi: “Estamos posicionados no cenário pós-coronavírus com uma série de ativos de infraestrutura digital, buscando investir em eficiência energética, digitalização do setor público e presença regional. Temos muitos investimentos planejados para o Brasil, principalmente no Nordeste, e em negociação com investidores complementares, que atuam em cabos submarinos e torres de transmissão. Além disso, também vamos começar a investir na tecnologia 5G”, concluiu Vinícius.

Para a negociação de compra dos data centers da Oi, a Piemonte foi assessorada pela firma de advocacia Pinheiro Neto; pelo advisor financeiro Duff & Phelps; pela Concremat, no que se refere a assuntos operacionais; e contou ainda com a assessoria de Antonio Toro, um dos maiores experts neste tipo de transações no Brasil.

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Rafael Bucco

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