“O TAC da Telefônica pode gerar desequilíbrio competitivo no mercado”, diz CEO da Claro
A Claro Brasil ainda não fechou qualquer acordo com a Anatel – conhecido como TAC (ou Termo de Ajustamento de Conduta) para trocar as multas recebidas por novos investimentos em banda larga. Em entrevista ao Tele.Síntese, José Félix, CEO do grupo, afirma que ainda está tentando encontrar a melhor alternativa de projeto, mas acha a regulação muito complexa.
Com muito menos valores de multas em relação às concessionárias locais (entre R$ 300 a R$ 500 milhões), o executivo não deixa, porém, de criticar o TAC assinado entre a Telefônica e a Anatel, que prevê a construção de redes de fibra óptica até a casa das pessoas (FTTH) em 106 diferentes cidades brasileiras.
Para ele, esse acordo pode gerar um desequilíbrio competitivo no mercado, já que, no seu entender, essas cidades escolhidas contam com a presença das grandes operadoras e mais de 600 pequenos provedores. A Claro Brasil estuda como expandir sua rede por cidades pequenas.
“Estava super tranquilo em relação a esse acordo, mas aí vi a Abrint, Telcomp e TIM apontado os seus problemas, e a ficha começou a cair.Tem um problema aí, de fato. É inegável que tem um problema”, afirmou.
Para ele, mesmo a Anatel argumentando que o acordo prevê um VPL negativo (ou seja – o resultado final da operação da Telefônica nessas cidades não pode gerar lucro para a operadora), isso não é suficiente para tranquilizar os competidores. “Não vi os projetos, não vi esses cálculos. Nós pedimos para entrar nessa conversa aí como terceira pare e o pedido foi negado”.