O setor de telecom perdeu atratividade, diz presidente do grupo América Móvil

O presidente do grupo América Móvil, José Antônio Félix, afirmou hoje, 29, que as mudanças no marco regulatório de telecomunicações e a redução da carga tributária são necessárias para resgatar a atratividade econômica do setor. " Ninguém coloca dinheiro em setor de tão baixa atratividade. Há pouco tempo anunciavam que haveria novos entrantes nesse mercado, mas o que se observa é muito mais saintes do que entrantes", afirmou ele.

Jose-felix-presidente-grupo-america-movil-03Ele voltou a afirmar que o grupo não é contrário à evolução do marco regulatório mas, para dar segurança jurídica aos investidores, defende que o país preserve os contratos de concessão.

Essa posição é diferente a das outras duas concessionárias – a Oi, que em recuperação judicial pede urgência para a o fim da concessão, e da Telefônica Vivo, que também quer o fim da concessão, mas acelerando as obrigações regulatórios.

Segundo o vice-presidente jurídico regulatório do grupo, Oscar Petersen, a América Móvil quer atualizações regulatórias e menos encargos aos serviços, mas essa posição não é contraditória com o fato de também defender a preservação dos contratos de concessão da telefonia fixa. E explica:

-Nós temos uma concessão até 2025 e temos o direito de mantê-la até lá. Isso significa que se não concordarmos com as futuras regras, a migração para um novo regime não poderá ser impositiva.

O presidente da Anatel, João Rezende, afirmou que qualquer migração não será forçada e as concessionárias terão seus direitos preservados. Mas Petersen salientou que há diferenças de modelagens e, como exemplo, citou a proposta do conselheiro Igor de Freitas (que reduz as concessões para pequenos pontos do país) apoiada pela América Móvil em detrimento à proposta do conselheiro Rodrigo Zerbone, que causou muita preocupação no grupo.

Segundo José Félix, o negócio de telecom passa por dificuldades econômicas e perde também a atratividade devido à alta carga tributária, que a cada dia aumenta mais no país. “O imposto, que já era alto, ficou astronômico”, lamentou.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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