O que o consumidor quer das operadoras móveis?

Consumidores preveem o fim do pagamento por gigabytes e esperam pagar uma taxa única para cada serviço 5G ou dispositivo conectado.

shutterstock_ Andrey_Popov_Consumidor_Device_Mercado_Comportamento_

A fornecedora de equipamentos de rede Ericsson fez uma pesquisa com usuários de telefonia móvel em diferentes países com a intenção de identificar o que desejam da 5G, a próxima geração de redes móveis. A estimativa da empresa é de que o relatório represente a percepção de 800 milhões de usuários mundo afora. E o que ele mostra?

A Ericsson identificou seis pontos sobre os quais as operadoras deveriam se debruçar para atender as expectativas dos assinantes com as redes futuras. O primeiro diz respeito à capacidade de oferecer uma experiência de compra “se esforço”. O estudo identifica que apena metade dos clientes se dizem satisfeitos com os planos de telefonia móvel e dados, e sinaliza que é preciso simplificar e tornar as ofertas mais claras.

A pesquisa indica que o cliente não quer planos ilimitados, mas que o serviço o atenda sob medida. No Brasil, nove em cada 10 usuários de smartphones no Brasil não necessariamente estão procurando planos ilimitados, mas uma sensação de não ter limites.

Fim da franquia, mas se existir: liberdade

Com a chegada da 5G, esperam que a venda de serviços de dados móveis deixem de lado o conceito de franquia, no entanto. Por enquanto, 44% dos entrevistados afirmam que pagariam mais para usar redes de quinta geração. Mais de um terço espera que o 5G ofereça recursos que vão além de velocidade, cobertura de rede e preços mais baixos, como melhorias na vida útil da bateria e a capacidade de conectar não apenas dispositivos, mas também a Internet das Coisas. Os consumidores também prevêem o fim do pagamento por gigabytes consumidos e, em vez disso, esperam pagar uma taxa única para cada serviço 5G ou dispositivo conectado.

O relatório da Ericsson diz ainda que, se a franquia persistir, o usuário deseja formas de renegociar os dados não usados. Por ano, estima-se que “sobram” 31 GB de dados contratados, e não consumidos, pelo usuário médio. Por isso, o assinante gostaria de poder guardar, revender ou presentear conhecidos com este excedente. Em média, 48% dos brasileiros acreditam que eles podem ser usados de maneiras diferentes, como o dinheiro, por exemplo.

Mais velocidade, menos marketing

Os dados apurados pelo estudo mostram que é melhor uma rede rápida do que ampla oferta de dados. Os três principais recursos que os usuários de smartphone no Brasil mais valorizam são velocidade de internet mais altas, transferência de dados não utilizadas para o próximo mês e que o uso de mídia social não conte nas tarifas de dados.

Menos marketing. os consumidores estão pedindo que as operadoras evitem slogans sem fundamento e, em vez disso, concentrem-se na experiência de rede real. O relatório mostra que apenas 4% confiam nos anúncios e nas estatísticas de desempenho de rede das operadoras. No Brasil, 55% dos usuários baseiam sua percepção da rede das operadoras por meio de sua experiência direta com ela.

O Consumer Lab, braço de pesquisas de opinião da Ericsson, ouviu 14 mil pessoas, em 14 países, para chegar às conclusões. No Brasil, foram mil entrevistados. Também se baseou em dados de pesquisas feitas por outras consultorias, como App Annie e Tefficient.

Avatar photo

Da Redação

A Momento Editorial nasceu em 2005. É fruto de mais de 20 anos de experiência jornalística nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e telecomunicações. Foi criada com a missão de produzir e disseminar informação sobre o papel das TICs na sociedade.

Artigos: 11111