“O boom dos apps acabou”, diz country manager da Baidu Brasil

Para Yan Di, estagnação nas vendas de smartphones e alto churn obriga empresas a pensarem em mercado ainda pouco explorado: o do online to offline

Yan-di-baidu-abo2o-gmic-spA era em que as empresas podiam pensar em crescer rapidamente criando ferramentas online para smartphones chegou ao fim. É o que pensa o CEO do Baidu no Brasil, o chinês Yan Di. A percepção do executivo, que é também o presidente da Associação Brasileira de Online to Offline (ABO2O), se baseia nos números recentes do mercado mundial de smartphones.

“O boom dos apps acabou. A mordomia da app economy, terminou. A venda de smartphones parou de crescer. O mercado está saturado”, falou Di durante apresentação em São Paulo, no evento GMIC, que debate o mercado móvel.

Ele citou dados recentes da IDC, que mostram aumento de apenas 0,3% nas vendas de smartphones no segundo trimestre. Também mencionou pesquisa da Research Now, pela qual 63% dos norte-americanos usam não mais que cinco apps. “A quantidade de downloads dos aplicativos mais populares do mundo está caindo, em média, 20%”, ressalta.

Com isso, ele traça um cenário sombrio para as desenvolvedoras de apps. Além da demanda em queda, o custo de distribuição dos apps é alto. O custo por instalação, calcula, é de US$ 0,53 por smartphone Android e US$ 1,24 por dispositivo iOS. Não bastasse, segundo Di, 70% dos aplicativos são desinstalados no primeiro dia de uso. “Depois de 30 dias, 97% dos apps é desinstalada. Aí as empresas vão precisar queimar cash novamente para atrair novos usuários”, observa.

Mas há alternativas para crescer. Segundo ele, a próxima onda a ser surfada é a do O2O. “Esse mercado, conforme estudo da O2O, tem potencial para movimentar R$ 1 trilhão de reais, já que 70% do PIB brasileiro vem do setor de serviços”, falou. Sua opinião é de que mundo físico é muito mais valioso que o mundo online, e é preciso unir os dois. “O online contribui com apenas 2,4% do PIB brasileiro. No Reino Unido, representa 12,4%. Nos EUA, 5,4%”, fala, chamando atenção para o fato de que o restante diz respeito à economia offline.

Também é importante apostar nos mercados asiáticos. “A China é a segunda metade da internet. Das dez maiores empresas de internet, seis são americanas, quatro são chinesas. O venture capital investiu US$ 60,5 bilhões na China ano passado, contra US$ 68 bilhões nos EUA. Em dois anos, a China será a principal fonte de recurso da internet. Agora é o momento de olhar para o oriente”, disse.

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Rafael Bucco

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