Nuvem híbrida democratiza inovação, dizem especialistas

Executivos de Embratel, Oi Soluções e AWS Brasil abordaram as vantagens da nuvem híbrida para os diferentes tipos e tamanhos de empresas
Nuvem híbrida democratiza inovação, dizem especialistas
Especialistas discutiram as vantagens da nuvem híbrida | Imagem: Tele.Síntese

O Brasil vive um momento de adoção expressiva de nuvem híbrida, que mescla uso de data centers públicos a aplicações que rodam nas dependências das companhias. A afirmação é de Everaldo da Guarda Junior, head de Produtos de Cloud, IA e IoT na Oi Soluções. O executivo acredita que essa solução também será a principal arquitetura nos próximos anos. “Cada vez mais, as organizações precisam digitalizar seus negócios. E a transformação digital não tem início, meio e fim. Constantemente é necessário incorporar novas soluções”, disse.

Daí entra a nuvem híbrida para suportar a adoção de novas soluções. Guarda Junior deu exemplo da inteligência artificial (IA) generativa, que muitas vezes roda em uma nuvem pública enquanto utiliza dados que estão hospedados internamente. “A nuvem híbrida vem como um viabilizador”, afirmou.

Guarda Junior foi um dos convidados do painel que discutiu as vantagens da nuvem híbrica nesta terça-feira, 3 de setembro, nna 1ª edição do TS Data Center Cloud Summit, evento organizado pelo Tele.Síntese. O painel teve a moderação de Alexandro Nanni Castelli, vice-presidente de Associados da AbraCloud e contou também com a presença de Diuliana França, diretora de Serviços de Cloud B2b da Embratel, e Fernanda Spinardi, líder de Gestão de Soluções para Clientes da AWS Brasil.

Para Fernanda, da AWS Brasil, a adoção de nuvem traz a capacidade de expansão para os negócios, até mesmo global. A executiva deu exemplo de adoções distintas de nuvem totalmente pública e do modelo híbrido. No primeiro caso, está o banco americano Capital One, que durante oito anos usou uma estrutura híbrida até transpor toda a estrutura para uma nuvem da AWS.

Já para o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que teve seu principal data center inundado durante as enchentes que assolaram o estado, a AWS trabalhou em cojunto com o Serpro para construir uma estrutura híbrida a fim de migrar o sistema do tribunal para que pudesse voltar a fazer seus serviços. “Cada cliente tem necessidade diferente e vai precisar adotar estratégias distintas”, avaliou.

Diuliana França, da Embratel, abordou os desafios de conectividade para a adoção de nuvem e falou da experiência da empresa em oferecer conexão dedicada para os clientes que necessitam dela, seja por questão de aplicação ou de compliance. “A própria plataforma de nuvem tem possibilidades e ferramentas para você fazer isso. A Embratel também possibilita, em conjunto com os provedores de nuvem, a entrega da conexão dedicada e que vai exigir, principalmente, aplicação de baixa latência”, disse.

Outro exemplo dado pela executiva foi a solução de cloud edge da Embratel para empresas que precisam de conexão dedicada, mas estão em regiões mais afastadas. “Com essa solução, no futuro, a gente vai habilitar e iniciar as aplicações de IoT, já que elas vão necessitar um processamento local, mais próximo de onde o dado é gerado e consumido. Entregamos essa solução de edge aliada ao 5G”,explicou.

Setores na nuvem

Os executivos apontaram o setor financeiro como o mais avançado na adoção de nuvem no Brasil, impulsionado, muitas vezes, por nativos digitais, como o Nubank. Por outro lado, setores de saúde e de governo têm aderido mais lentamente ao modelo. “Isso se dá principalmente por restrições que podem estar agregadas aos dados ou ainda devido a questões regulatórias ou de compliance, sobretudo no setor de saúde, que tem dados sensíveis”, afirmou Guarda Junior.

Ainda assim, já há exemplos de adoção de nuvem híbrida por empresas do setor de saúde. Fernanda, da AWS Brasil, falou sobre o trabalho desenvolvido para o Hospital Albert Einstein, de São Paulo, que resultou no nascimento da Varsomics, laboratório de análises genéticas da empresa de saúde.

“O hospital passou a utilizar a nuvem da AWS para fazer o processamento das análises e manter a previsibilidade do prazo de entrega. A partir daí, nasceu uma nova empresa dentro do Einstein”, contou. “Independentemente do setor e do tamanho da empresa, a nuvem é uma possibilidade real de inovação, de trabalho em escala, inclusive global, além de acesso democratizado a toda a tecnologia, até mesmo a de ponta, como IA e IA generativa, complementou.

A 1ª edição do TS Data Center Cloud Summit continua nesta quarta-feira, 4 de setembro. Clique aqui para ver a programação e participe do evento, que é online e gratuito.

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Simone Costa

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