Nuvem, 5G, IA e IoT devem fazer mercado brasileiro de TIC crescer 5% em 2023, aponta IDC

Consultoria estima que segmentos de TI e telecomunicações avancem 6,2% e 3%, respectivamente; mercado deve atingir a marca de US$ 80 bilhões neste ano
Projeções são positivas para o mercado brasileiro de TIC em 2023
Mercado brasileiro de TIC deve atingir US$ 80 bilhões neste ano, estima IDC (crédito: Freepik)

O mercado brasileiro de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) deve crescer 5% neste ano, de acordo com estimativa da consultoria IDC divulgada nesta quinta-feira, 2. A expectativa é de que o setor alcance a marca de US$ 80 bilhões (aproximadamente R$ 401, bilhões) em 2023.

Analisando o mercado separadamente, a IDC aponta que, a despeito do cenário de ajuste e redirecionamento dos gastos empresariais, TI (Tecnologia da Informação) avance 6,2%. Especificamente no segmento corporativo (TI B2B), a alta projetada é de 8,7%, em razão dos investimentos em software e nuvem.

O setor de telecomunicações, por sua vez, deve crescer 3%, impulsionado pelo 5G e pela adoção da nuvem, grandes aliadas das tecnologias de conectividade.

Em coletiva de imprensa de divulgação da edição de 2023 do estudo “IDC Predictions Brazil” (previsões da IDC para o Brasil, em tradução livre), a consultoria destacou que o País é o 11º maior mercado de TIC no mundo. No ano passado, o mercado brasileiro movimentou US$ 75 bilhões (R$ 376,19 bilhões). Desse total, TI responde por US$ 46 bilhões (R$ 230,17 bilhões), enquanto telecomunicações, US$ 29 bilhões (R$ 145,46 bilhões).

Além disso, em 2022, o Brasil correspondeu a 33% do mercado de TIC em toda a América Latina. O percentual sobe para 38%, quando se observa TI em separado, e cai para 27%, no caso de telecomunicações.

PREVISÕES

A IDC aponta que, neste ano, as empresas devem buscar ter maior controle sobre os gastos com serviços em nuvem. Ainda assim, as despesas com plataformas como serviço (PaaS) e infraestrutura como serviço (IaaS), juntas, devem somar US$ 4,5 bilhões (R$ 22,52 bilhões), avançando 41% na comparação com o ano anterior.

Além disso, nos próximos cinco anos, o consumo de nuvem por empresas do setor de telecomunicações deve crescer, em média, 35,2% em IaaS e 42,2% em PaaS, anualmente.

Para a IDC, a implantação de tecnologias emergentes, como Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT), deve fazer com que o mercado de WiFi 6 cresça 17% neste ano, chegando a 65% do setor de W-LAN em 2026.

Com a propagação do 5G, a consultoria estima que os gastos em IoT atinjam R$ 11,2 bilhões em 2026. Até lá, o mercado de redes móveis privativas deve crescer mais de 35% ao ano. No que diz respeito aos investimentos em IA no Brasil, a projeção é de alta de 33% neste ano, ultrapassando US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões).

Por fim, a IDC projeta que o mercado de devices (smartphones, computadores, tablets, impressoras e wearables), apesar dos desafios macroeconômicos globais, represente 43,7% de todas as receitas de TI em 2023 no País. O segmento deve ter alta modesta de 1,1%, somando US$ 21,5 bilhões (R$ 107,58 bilhões).

MERCADO DE TRABALHO

Enquanto a consultoria aponta perspectivas positivas para o Brasil, o setor de tecnologia sofre com demissões em massa, sendo que muitas foram realizadas por algumas das maiores empresas do mundo.

Na avaliação de Luciano Ramos, country manager da IDC Brasil, os cortes dizem respeito mais à conjuntura econômica dos países desenvolvidos, que, na atualidade, convivem com taxas elevadas de inflação e juros, além de mudanças na forma de se fazer publicidade no ambiente digital.

“No Brasil, pelo menos até o momento, não vemos um movimento tão extremo como lá fora. Há, sim ajustes [no quadro de pessoal], mas nada tão drástico”,  ponderou.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

Artigos: 1104