Nova lista da dívida da Oi destina R$ 11 bi à Anatel

BNDES aparece como único credor com garantia real de recebimento de R$ 3,32 bilhões em créditos. Dívida total se aproxima dos R$ 70 bilhões. Os credores têm 10 dias úteis, contados a partir de 15 de maio, para pedir a impugnação de valores.

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Os administradores judiciais da Oi enviaram ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde corre o processo de recuperação judicial da operadora, a segunda lista de credores. O material é uma atualização dos dados apresentados pela companhia ano passado, quando estimava endividamento todal de R$ 65,4 bilhões.

Agora, as planilhas trazem números que superam as estimativas da época. Apenas com quirografários de classe 3, o endividamento da Oi soma R$ 60,5 bilhões. Outros R$ 5,4 bilhões são de dívidas intercompany. O BNDES, que aparece como único da lista dos credores com garantia real, tem a receber outros R$ 3,32 bilhões.

Ou seja, o valor total já vai a R$ 69,24, próximo dos dados divulgados este ano pela Oi, de que teria encerrado 2016 com R$ 69,7 bilhões a pagar. O número será ainda maior, uma vez que as tabelas mandadas ao tribunal trazem, em separado, os valores devidos por ações trabalhistas e a pequenas empresas que forneciam para o grupo, que juntos se aproximam de R$ 1 bilhão.

A Anatel, listada como quirografária de Classe 3, aparece como credora de R$ 11,09 bilhões. A agência e a operadora disputam a atualização do valor. A agência afirma a Oi deve cerca R$ 20 bilhões, enquanto a Oi rebate, dizendo que a Anatel tenta incluir multas ainda não calculadas em sua parcela.

Também fornecedoras de peso aparecem. A Nokia tem R$ 138 milhões a receber. A Ericsson, pouco mais de R$ 31 milhões. A Huawei, perto de R$ 59 milhões. Dentre os bancos, ao Banco do Brasil são devidos R$ 3,93 bilhões; ao Itaú BBA, R$ 1,52 bihõa; e à Caixa, R$ 1,87 bilhão. A lista completa, com todos os credores, divulgada ao mercado (reunindo todos os credores) pode ser vista aqui. As tabelas enviadas ao TJ-RJ estão no site do tribunal. Os credores têm 10 dias úteis, contados a partir de 15 de maio, para pedir a impugnação de valores.

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Rafael Bucco

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