Nova empresa de torres da América Móvil herdará ativos da Claro no Brasil

Empresa será independente e poderá comercializar a infraestrutura com outras operadoras.

A América Móvil anunciou ontem, 9, que fará o spin-off de suas torres celulares na América Latina. Hoje, 10, Daniel Hajj, CEO da companhia mexicana, dona da Claro Brasil, ressaltou que as torres de todas as subsidiárias na região serão repassadas para a nova empresa de infraestrutura. Ele participou de conferência dos resultados de 2020 do grupo.

Além das torres, ativos de infraestrutura necessários ao funcionamento das torres serão transferidos para a nova empresa. Mas a infraestrutura de fibra óptica para redes fixas continuam a ser das subsidiárias.

A nova companhia de torres não será, ao menos inicialmente, aberta. Os donos serão os atuais sócios da América Móvil, controlada pela família Slim, a mais rica do México.

Segundo Hajj, a companhia ainda está traçando um cronograma para a transferência. “Estamos decidindo qual país será o primeiro, mas com certeza o processo acontecerá em todos os países da América Latina e do Caribe”, ressaltou.

Compartilhamento

A nova empresa será independente da holding AMX, apesar de manter os mesmos sócios. Terá um time executivo próprio e poderá comercializar o compartilhamento da infraestrutura com operadoras rivais da Claro. O plano, no entanto, precisa do aval regulatório nos mercados onde o grupo tem presença, e dos acionistas da AMX.

No Brasil, a Claro é dona de 20,6 mil torres, segundo dados da consultoria Teleco com base em informações obtidas junto à Anatel. A Nextel, comprada pela Claro em dezembro de 2019, é dona de outras 10,88 mil torres.

Hajj afirmou não ter certeza sobre o que será feito com torres da Nextel que não foram aproveitadas pela Claro Brasil no processo de fusão. Segundo ele, parte das torres era redundante e foi deixada sem uso. “Então temos que decidir ainda o que fazer com elas”, falou.

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Rafael Bucco

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